Pôr de sol , Arpoador
foto : Célio Albuquerque PÔR DE SOL, ARPOADOR Colibri, o hominho Ribanceira acima, perdido no caminho Fogo, foco , espada, guerreiro do eu sozinho O cego não vê assombração A lua antiga jaz encharcada na sarjeta E forasteiros apagam rastros pra matilha Sonolentos todos nessa trilha A mitologia confunde equações Ninguém soma ou diminui nas multidões E de escuros passam a claros os enigmas Eu coloco um boné na cabeça do Drummond de bronze Atlântico na avenida de quase mesmo nome Nenhum banhista descobriu mapa para acabar com a fome Gigolôs mandam recados Gaivotas sobrevoam os contrafortes Há poucos curativos entre os cortes Sangra o hominho no passeio público Tão bonito morrer assim desafiando a dor Num pôr de sol no eterno Arpoador Ricardo Soares 10 de abril de 2024