quem tem medo de michael moore???
Tania Celidônio, querida amiga, jornalista e cinéfila é o nome da sala de cinema desse blog. Justo então que turbine o assunto com seus comentários sobre a sétima arte em geral e o festival do cinema do Rio em particular. Tania anda "sapeando" o que acontece por lá . Vamos ao relato dela... o comentário que ela fez no post do Querô virou post nesse sábado... com muita honra pra o titular desse blog!
Ric, já que vamos falar de cinema então vamos começar com um atração específica aqui do Festival do Rio: FABRICANDO A DISCÓRDIA, um documentário canadense que desconstrói o Michael Moore enquanto queridinho da América. Mostra, com imagens e depoimentos, como o rapaz e sua equipe podem ser muiiiito autoritários! Interessante ouvir as pessoas que já foram muito próximas do Moore dizerem que ele tem alguns distúrbios de personalidade. Ou o próprio negar que aquelas pessoas já foram muiiito amigas dele. O documentário é bem editado e no final a gente sai com uma pulga enorme atrás da orelha: o que não se faz por um punhado de milhões de dólares, hein?
Tania Celidônio
Comentários
E, putz, se esse cara resolvesse me entrevistar, eu suaria frio. Gosto do que ele faz, mas cheia de ressalvas.
Beijos e obrigada pela visita, eu voltarei aqui, com certeza.
Os dois são filmes em que o desespero humano é mostrado e contado quase que contemplativamente. No primeiro filme (diretor mexicano e produção mexicana, francesa e holandesa), um homem que vive numa comunidade de menonitas no norte do México (uma seita de anabatistas fundada no século 16) se apaixona por uma outra mulher que não é a sua. A luz, no filme, é um personagem. O som da natureza.....outro personagem. O silêncio entre as pessoas é algo quase insuportável. E quando você acha que não vai mais aguentar alguém fala uma frase tipo definitiva, saca? O final é supreendente.
Do outro filme, HUMILHAÇÃO, saí embasbacada. Confesso que acho fascinante as diferenças entre as mais variadas culturas existentes neste nosso planeta. Mas no Japão o bicho realmente pega. Uma jovem que trabalhou como voluntária de causas humanistas no conflito do Oriente Médio e que chegou a ser refém de alguma fação em Amã, na Jordânia, volta para o Japão e é simplesmente execrada pelos habitantes da pequena cidade onde mora com seus pais. Até o namorado a culpa e a acusa de egoísmo por ter abandonado o país em vez de ficar e cuidar da cidade onde nasceu!!! Ela perde o emprego de arrumadeira num hotel, o pai é praticamente obrigado a se demitir por conta desse "deslize vergonhoso" da filha e a vida da família se transforma num inferno.O filme é baseado em fatos reais - não vou contar mais para não ser desmancha prazer - e eu queria muito entender por que uma comunidade inteira se volta contra uma jovem de vinte e poucos anos que resolve passar pela experiência fundamental de levar a sua solidariedade e o seu trabalho para um canto do mundo onde o sofrimento e a perda são cotidianos. Será que alguém pode me explicar?