REGINA CASÉ, MANÉ OU POIS É ?
Outro dia, inadvertidamente ,Regina Casé entrou de contrabando aqui nesse blog num post que fiz sobre os mestres brasileiros que se esforçam para educar nas regiões urbanas deserdadas pelo poder público mas não aparecem nas versões glamurizadas que a atriz global tem da periferia. La Casé era apenas o apêndice de um post sobre os mestres mas acabou sendo o motivo maior dos comentários. Por isso hoje me dedico a falar apenas dela. A primeira parte da celeuma deveu-se também a termo pouco elogioso que utilizei para definir a silhueta dessa senhora, talvez muito mais um ato falho de minha parte pelo meu desagrado pela maneira como ela trata a periferia de maneira circense. Exagerei na dose e fui repreendido justamente pelo amigo Márcio Gaspar, um gentleman.
Aproveito pois o ensejo pra deixar claro o que penso a respeito dela e de sua visão da periferia. Tecnicamente o programa não tem defeitos. Também sempre foi muito natural a maneira como a atriz consegue entrevistar os periféricos . O que me incomoda mesmo é essa versão circense e glamurizada que ela passa das periferias como se ali fosse lugar de gente pobre porém limpinha e feliz.Todo mundo sorri, todo mundo contorna os problemas com sorrisos nos rostos mesmo que os dentes estejam faltando. Casé cafetina a periferia e se apropria dela como se fosse a grande descobridora dos talentos ali escondidos. E vai adiante. Desde a época do finado "Brasil Legal" ela transborda presunção quando diz que "é uma cronista" da realidade brasileira e que reinventou o telejornalismo brasileiro ao apresentar outras visões do país. Ok que nosso telejornalismo oficialesco , engravatado e engessado em padrões que visam agradar politicos e banqueiros esteja longe de ser excelente. Mas daí Casé dizer que reinventou o gênero é risível. Talento e espontaneidade ela tem de sobra muito embora me pareça que Regina Casé esteja sempre interpretando Regina Casé . Mesmo em programas muito legais como "Um Pé de que ?" que o canal Futura apresenta. Mas uma coisa é ter talento outra é ser acometida da estranha doença da qual sofrem tantos profissionais da Globo que é acreditar que o país que eles nos mostram todos os dias na tv seja o mesmo Brasil onde eu e nós todos vivemos. Sai da casca global Casé!!! Pois assim você corre risco de ser uma mané!!! pois é...
ps.meu amigo Dagomir Marquezi anunciou em seu blog (que tem link a partir do meu)que vai fazer um perfil da Casé para a revista do Fantástico. Fico curioso para saber o que ela tem a dizer e o que Dagô pensa da Casé.
Aproveito pois o ensejo pra deixar claro o que penso a respeito dela e de sua visão da periferia. Tecnicamente o programa não tem defeitos. Também sempre foi muito natural a maneira como a atriz consegue entrevistar os periféricos . O que me incomoda mesmo é essa versão circense e glamurizada que ela passa das periferias como se ali fosse lugar de gente pobre porém limpinha e feliz.Todo mundo sorri, todo mundo contorna os problemas com sorrisos nos rostos mesmo que os dentes estejam faltando. Casé cafetina a periferia e se apropria dela como se fosse a grande descobridora dos talentos ali escondidos. E vai adiante. Desde a época do finado "Brasil Legal" ela transborda presunção quando diz que "é uma cronista" da realidade brasileira e que reinventou o telejornalismo brasileiro ao apresentar outras visões do país. Ok que nosso telejornalismo oficialesco , engravatado e engessado em padrões que visam agradar politicos e banqueiros esteja longe de ser excelente. Mas daí Casé dizer que reinventou o gênero é risível. Talento e espontaneidade ela tem de sobra muito embora me pareça que Regina Casé esteja sempre interpretando Regina Casé . Mesmo em programas muito legais como "Um Pé de que ?" que o canal Futura apresenta. Mas uma coisa é ter talento outra é ser acometida da estranha doença da qual sofrem tantos profissionais da Globo que é acreditar que o país que eles nos mostram todos os dias na tv seja o mesmo Brasil onde eu e nós todos vivemos. Sai da casca global Casé!!! Pois assim você corre risco de ser uma mané!!! pois é...
ps.meu amigo Dagomir Marquezi anunciou em seu blog (que tem link a partir do meu)que vai fazer um perfil da Casé para a revista do Fantástico. Fico curioso para saber o que ela tem a dizer e o que Dagô pensa da Casé.
Comentários
também não sou muito a favor dessa exploração da pobreza, como temos assistido em todos os cantos, no cinema principalmente, mas o programa da Casé tem uma coisa ótima: eleva a auto-estima de quem mora nos morros e periferias e isso, por si, só, já é maravilhoso :o)
beijos e bom fim de semana,
MM.
ps: finalmente tirei a noite para colocar a vida na blogosfera em dia e linkei os amigos, você, um deles, claro! :o)
Acompanhei o outro post em que a Regina Casé foi o destaque. Nunca havia parado para pensar na abordagem dela no programa sobre as periferias. Achava estranho, mas não havia dado conta do que mui apropriadamente você coloca aqui. De fato esse culto a pobreza passou a ser o grande filão da apresentadora. Não sei até que ponto isso é algo positivo ou negativo. Acho positivo o olhar que torna a vida das pessoas daquelas comunidades menos marginalizado, menos violento e mais humano. Por outro lado acho negativo no momento em que torna qualquer coisa como uma manifestação cultural digna de nota. Como o Reinaldo Azevedo costuma dizer, pobre só aparece na televisão dançando, cantando ou fazendo artesanato. Isso é profundamente negativo porque parece que as expectativas dos moradores devem ficar restritas a um tipo de arte popular e a resignação com relação à própria condição econômica e social.
Enfim, o programa tem esses dois lados e não dosá-los bem pode representar da pieguice de que há gente boa na favela ao fetiche mostrando o pobre favelado como um animal no seu habitat natural.
abrs,
Já a Casé, ao meu ver, na maioria das vezes, com seu inapropriado e pessoal jeitão de deboche me incomoda bastante. Posso até concordar com "fina flor" que ela é capaz de elevar auto-estima de alguns... Mas, de modo geral, a realidade dos menos favorecidos é bem diferente, portanto, continuo achando o programa bem irreal.
Acredito inclusive que o roteiro estabelece exatamente isso: dark side como se fosse um belo cenário!
Enfim, se a Globo com todo seu poder consegue eleger políticos canastrões... o resto é fichinha!
Fica pra nós, menos alienados, filtrarmos as informações... e só assimilarmos o que realmente importa.
Me desculpe Ricardo.. acho que me empolguei! rs
ps: quanto ao jeito como vc se referiu à Casé no post anterior, devo concordar que foi bem indelicado... mas vc não disse nenhuma mentira! rs
Ups! Acho que a rússia está me deixando mais dura...hahaha
Beijos enormes e saudades de você e do seu arroz com feijão
sem saudosismo, ficou longe a regina do asdrubal trouxe o trombone, do trate-me leão.
Vc esta muito reativo.
Quer falar mal de gordo chato tem ai o Ed Motta. Deixa a Case em paz, rapaz.
Eu acho a Regina Casé a maior mané do mundo. Com relação ao programa dela, nem vou comentar muito, porque, sinceramente, acho que nem deveria existir. Acho que cansei desta apologia à favela e à pobreza, cansei desta coisa de "sou favelado, mas tenho orgulho". Eu acho que todo mundo deveria querer melhorar de vida e não ficar olhando o programa e achando tudo lindo, porque, na realidade, não é. O que a gente vê no programa dela é inverossímil.
Mas... Não vou ficar gastando o meu latim com alguma coisa que não gosto e que, para mim, não vale nem a pena comentar.
:-)
O povo precisa do pão e do circo.
Beijos
Vim apenas dizer-te q já estás linkado. Pra mim, será uma honra!rs
Te dei uma contra-resposta, se quiseres passa lá e dá uma olhadinha.
bjs mil
O programa é interessante! Mas Concordo com você...
Além do mais ela adora se apropriar das idéias alheias... muito do que está ali é extraído a "forceps" de outras mentes! E tem mais ... a tua impressão de que ela se interpreta está corretíssima!
Hasta pronto!
besitos
A proposta é mostrar que é possível se viver bem nas periferias, mas sabemos que as dificuldades são maiores que as alegrias, então ai que está o erro do quadro, estão maquiando muito a realidade.
Mas como o perfil da tal emissora é criar funcionários fantoches e programas fora da realidade, não devemos estranhar o comportamento da Casé.