1º SALÃO NACIONAL DO JORNALISTA ESCRITOR
Na combalida profissão de jornalista houve um tempo em que se reconhecia a competência de um profissional sobretudo pelo seu texto. Hoje o texto no jornalismo passou a ter pouca importância e triunfam as nulidades em redações de tv, rádio e mídia impressa muito mais por saberem se compor politicamente com patrões, chefes e anunciantes do que pelos atributos que todo bom jornalista deveria ter . A saber :curiosidade, capacidade de duvidar, de discernir , de comparar e de criticar embalando toda a receita em artigos, reportagens e textos bem escritos. Hoje triunfa o reino do terninho e gravata, do jornalismo chapa branca que defende interesses politicos e corporativos na maioria das vezes. Exceções existem , é lógico, mas são cada vez mais raras. Como disse outro dia aqui mesmo eu gosto é de jornalismo e não de jornalistas. Sobretudo os que engravatam a alma. Todo esse intróito foi para dizer que nesse contexto é mais do que bem vindo o 1º Salão Nacional do Jornalista/Escritor que acontece de hoje até domingo no Memorial da América Latina em São Paulo sob os auspícios da ABI ( Associação Brasileira de Imprensa) reunindo feras do jornalismo e da literatura; ou de ambos. Hoje por exemplo teremos as duas e meia da tarde Luis Fernando Veríssimo. Às quatro é a vez de Ruy Castro e as cinco e meia da tarde debatem a reportagem como gênero literário Fernando Morais e Ricardo Kostcho entre outros. Amanhã, sexta , o destaque fica por conta de Carlos Heitor Cony às seis e meia da tarde e sábado teremos Zuenir Ventura , Ziraldo, Antonio Torres e José Hamilton Ribeiro na programação que se encerra domingo com as presenças ( entre outros ) de Mino Carta, Domingos Meirelles e Caco Barcelos. Para quem é ou não do ramo é um belo programa de feriadão pois todos os citados nos remetem aos caminhos do bom texto e da boa reportagem em uma época onde tristemente os grandes polemistas são tão ralos e rasos quanto um Diogo Mainardi e um Reinaldo Azevedo. Tristes tempos. Eu estarei presente profissionalmente gravando depoimentos da maioria dessas feras para um documentário para a Tv Cultura ao redor de um importante jornalista/ escritor que morreu esse ano e deixou saudade. Por sua picardia, seu humor ácido e sobretudo por seu texto magistral. Mais não conto...aguardem as novidades de fim de ano.
Comentários
Mas, de todos os "coleguinhas" mortos, minha curiosidade é para o "Víbora", Joel Silveira. Por inúmeros motivos. Inclusive sua entrevista com Getúlio.
beijo,
quem sabe não apareço no Salão (embora, não tenha muita paciência para ouvir jornalista falando de jornalista. O ego de muitos é tão grande que não me deixa escutar as palestras!)..rs...
bj