para que serve a consciência crítica ?
Permitam-me entrar no sábado pós -finados com uma pergunta pueril : para que serve a nossa consciência crítica depois que cogita-se terem passado quase 3 milhões de pessoas na missa do padre Marcelo Rossi no autódromo de Interlagos em São Paulo ? aquela missa cujo recheio teve shows de 32 artistas - entre eles o decadente Paulo Ricardo do RPM- e sorteios de viagens para os santuários católicos na Europa. Para que serve nossa consciência crítica diante da manipulação da fé e das estratégias de marketing da igreja católica para fazer frente à mercantilização evangélica ? de que vale a gente achar que tudo isso chega a ser triste pela evidente versão piegas e edulcorada em clichês do evangelho segundo padre Marcelo ? Esse padre é a versão católica da Xuxa. Sempre mantendo aquele tom de voz de menino meloso e bonzinho, um "soldado do Papa" como se definiu uma vez, ele nunca cresce mentalmente e nem pensa em questionar os dogmas da igreja que representa. Ele é um artifício útil criado pra bater recordes de presença de público católico em missas que se parecem shows bregas recheados de músicas de péssima qualidade. Mas de que vale tudo isso , a nossa consciência crítica, quando ano a ano o padre piegas só vê aumentar o seu rebanho ? E tudo com o beneplácito da Rede Globo que capricha na cobertura do evento para fazer frente ao rebanho crente do Edir Tv Record Macedo...
Comentários
Religião é um assunto delicado... sempre tem um que se sente ofendido, mas a minha consciência crítica acredita que qualquer pessoa pode buscar forças sem a ajuda de uma instituição com o rótulo de "igreja".
Convenhamos, a igreja católica tornou-se uma instituição que só vem a crescer, visando apenas explorar a fragilidade humana, angariar fundos é seu principal objetivo,lastimoso constatar que existem muitos "Padres Marcelos" mundo afora, onde as missas, lembram peças de teatro de terceira categoria, fazendo o público participar de cenas vexatórias, tendo até que pular como elefante com uma perna só. Isso tb se repete como frisa o Arthur no comentário acima,em outras "instituições" voltadas ao
estigma do domínio religioso, infelizmente.
Abraços, sempre um prazer aqui estar.
temos a resposta à questão temporal sobre a Igreja, sabemos quando e onde, também o porquê. Só não sabemos até quando...
bjs!
Também não gosto desse mercantilismo em que há muito tempo anda envolvida a ICAR, mas discordo dos comentários acima por questões que levariam muito tempo e muitas linhas para comentar. A verdade é que essa tentativa de, senão perder mais fiéis, pelo menos mante-los, faz com que a Igreja se curve a vulgaridade e ao populacho.
Definitavamente me provoca estranheza ver uma multidão pulando, cantando e fazendo coreografias ensaiadas em nome do Senhor. Essa coisa de querer ser pop, brega, eclética etc também me irrita. Os valores cristãos estão nas bases morais da doutrina e não em megawatts de som. Mas todo mundo enlouqueceu e prefere o caminho que julgam mais curto para Deus. A exemplo das seitas neo-pentecostais, o negócio passou a ser gritar, dançar e fazer o máximo de algazarra possível para ver se Deus olha por nós aqui embaixo.
O recolhimento, a prudencia e a oração passaram a ser elementos acessórios à Fé. Nesse ponto eu acho que a Igreja peca, mas enquanto ela ainda defender alguns valores que consagram a família e o individuo, ela ainda estará fazendo um papel importante na garantia da liberdade.
abrs,
Já não bastava a embaixada do Sudão sob o próximo governo, agora queres arder no fogo do inferno (se bem que é quase a mesma coisa...)?!
Haja fome de sentido crítico! Porque o que ignora não sabe o que ignora não saber...
Um beijo
Abomino a alienação religiosa, e que infelizmente só cresce entre as pessoas, essa que chamarei de, talvez, "crise" da subjetividade privativa... Irrevogáveis inquietações que poderiam ser analisádas e não subjulgadas, seja pelas igrejas ou quaisquer outro meio...
se eu estivesse na sua frente, você ganharia um beijo e uma moça de joelhos dizendo "amém" (só para sacanear..rs...rs.... trocadilho besta...... besta? outro trocadilho infernal... infernal? ai meu deus... não tem jeito!)...
enfim....
você entendeu.
Muito bom o blog, o texto e o autor.
beijo.
Não gosto desses shows no dia de finados, acho que não tem nada a ver com nada.
Vide o último livro de Richard Dawkins: "Deus, um delírio".
Abraço de Paris.
A respeito da questão religiosa, eu não tenho o que dizer, visto que é pessoal. Agora ao menos não tente assassinar a história!!! O inicio da Inquisição foi realizado pelos principes e outros membros da corte e não pela igreja que naquele momento não tinha poder. Depois sim, AS ingrejas, todas sem exceção de nenhuma cometeram muitos erros, como a igreja católica já dita e porque não vamos lembrar de Lutero, que fez quase um exterminio, e essas outras que são criadas em pequenas portas, não matam visivelmente, mas deixam seus seguidores alienados.
estudante de História.
ateu.
Você viu pela TV.
Sou agnósitica, para princípio de conversa.
Morei na mesma rua do primeiro 'templo' do Pe. Marcelo.
O barulho era infernal e talz, não tinha quase nenhum isolamento acústico. Numas de minhas noites de insônia, andei 2 quarteirões e fui lá. Tava perto mesmo, e a zueira ia começar, não ia conseguir dormir de qualquer jeito.
Ele deve ter mudado muito desde que começou com o primeiro templo, pequenino, em comparação com a mostruosidade que está construindo (também perto de minha casa - desta vez com um grande isolamento acústico com prédio projetado pelo Ruy Ohtake).
Ver as coisas de perto não é tão 'fácil' como ver pela TV. Cinco horas da manhã, domingão, e o povo chegando, aos borbotões. Desaguando ônibus e ônibus de gente, pessoas que acordaram às três, duas da manhã para ver uma 'missa'. Claro, fiquei abobalhada de ver tanta gente naquele lugar e me perguntando o que faz um sujeito acordar ás 4, às 3 da manhã num domingo. As pessoas que iam (e vêm) ao Pe. Marcelo vêm de muito longe, imprimem uma verdadeira viagem para vê-lo.
Ok, entrei na ex-fábrica, onde o povo se juntava, se juntava... e a missa começou.
Te juro. Não estou entrando no mérito do barato, a Igreja Católica isso ou aquilo.
Mas ver pessoas CANTANDO, ONDULANDO O CORPO PRÁ LÁ E PRÁ CÁ, LEVANTANDO AS MÃOS PRÔ CÉU... Olha, me emocionou. Porque EU TAVA LÁ. Nunca prestei atenção à música do Pe. Marcelo, acho que aquele foi o único dia que a ouvi em minha vida. Você irá achar que sou alienada, uma boboca... Mas, se as pessoas vêm em pleno domingo para ver o Pe. Marcelo em suas missas e se emocionam com aquilo, é porque o Pe. Marcelo é bom para eles, para o povão, Ricardo. E o que é bom para um pode não ser bom para outro. A maioria das pessoas não têm a cultura que eu ou você têm. Ou que sabem ler o seu blog. Porque são semi-analfabetos. São trabalhadores, e um ou outro riquinho mais tapado (sempre existem). Eu vi FÉ nos olhos daquelas pessoas, mortas de sono, reunidas. Um momento de paz. Um momento em que elas podiam cantar músicas que sabiam, músicas (mesmo que toscas, como você disse) lhe falavam ao coração. Eu não vi pela TV. Aliás, não vejo TV. Vi pessoas que se humanizavam, que estavam louvando algo para não se desesperarem, para não sucumbirem à estupidez que são suas vidas...
Fico um pouco chateada quando as pessoas querem dizer para outras que o que elas fazem naõ é bom. Porque as pessoas são diferentes. O Pe. Marcelo não serviu para mim, mas serve a milhões. E deve ter um porquê disto. Achar isso 'feio' é coisa de pensamenteiro que acha que sua visão é a única certa do universo..
Enfim, Ricardo, a hora é avançada, eu preciso dormir, já gastei meu lero e meu sono chegou. Espero que você veja este comentário, porque é de uma postagem bem antiga.
Abs,
c.k.