NEM OITO , NEM OITENTA
Está dando o maior bafafá a resolução que permite a distribuição da pílula do dia seguinte às folionas afoitas do carnaval 2008. De um lado o governo ( através do ministro Temporão, da Sáude) defende a medida . De outro a igreja, com sua habitual posição de vanguarda do atraso, é ferozmente contra. Ora, sejamos sensatos né não ? não seria o caso de simplesmente multiplicarem as campanhas educativas para se fazer sexo seguro e distribuir camisinha à beça ? Nem oito nem oitenta né ? Porque se a igreja imagina que ninguém vai fazer sexo no carnaval por outro lado o governo distribuir pílula do dia seguinte é partir do pressuposto que todo mundo tá transando sem preservativo . Ou estou errado ? Fora que pílula do dia seguinte é uma verdadeira bomba para o organismo feminino.
Comentários
Infelizmente, alguns amigos carnavalescos tambem nao ajudam muito - por mais que todo mundo saiba a necessidade da camisinha, com a quantidade de informações por aí, muita gente continua fazendo besteira. O Brasil é, mesmo, de oitos e oitentas!
Ricardo, qual é o seu email (ou msn)? Queria trocar umas palavras com vc...
abs,
A igreja dispensa comentarios ja que sabemos que eh retrograda e machista por definicao, agora o governo, da licenca hem ? Essa pilula eh uma bomba. E as doencas aonde ficam ?
E nao eh esse mesmo governo que eh contra a legalizacao do aborto ? Ou ja estou tanto tempo fora que isso nao esta mais em questao ?
bjs e otima semana,
Lys
Agora comigo!
Bjs
Many. (lobotomizada pela redi Grobo)
Na minha opinião, não adianta somente distribuir, seja camisinha, anticoncepcional ou até mesmo a pílula do dia seguinte. Não há uma política eficaz pra informar tais métodos aos menos favorecidos, onde há grande número de gravidez indesejada, DSTs etc
Os postos de saúde públicos distribuem, no entanto continuamos tendo números alarmantes pela falta de informação.
Acho que fugí um pouco do tema... No carnaval ou não acho preferível o uso da pilula do dia seguinte do que um aborto clandestino. Já a prevenção... Sabemos que os "foliões" acabam "dançando" justamente por falta de responsabilidade, excesso de álcool ou mesmo abuso de confiança (no parceiro ou nele mesmo!).
Ric, muito bem lembrado o tema!
bjo
Mara
Que história é essa de falar das "folionas afoitas"? Afinal, que eu saiba, se for necessário o uso da pílula do dia seguinte, a moçoila não poderia ter alcançado o "feito" sozinha....
Tenho certeza que sua intenção não foi machista...mas... não resistí!
Parabéns por ter tido a 'coragem' de ir pra TV que já metem a boca sem sequer assisti-la. Parabéns pelo blog. E, conte um pouco, hora dessas, da tv, do seu programa etc. e tal.
Anaelena
Oswaldo Pereira Pontes
Em relação à pílula do dia seguinte a confusão está se dando em Olinda e em Pernambuco. E apesar de respeitar a opinião do meu amigo Marcinho continuo achando que é melhor dar camisinha pra todo mundo e educação sexual do que distribuir uma pílula que faz mal a beça... enfim, como lembra a Mara, melhor a pílula do day after do que um aborto nesses açougues brasileiros... também acho que o temporão é do ramo mas não acho que distribuir uma trolha que faz mal ajuda os descuidados e descuidadas... e ao falar de descuidados e descuidadas espero estar deixando claro para a mara que nada tem de machista a alusão às afoitas ... foi só uma glosa darling... e não uma "goza"...
Lys , pablo e many ... pelo que vejo vcs concordam comigo né mesmo ?? e logico que camisinha com tudo nessas gentes...
quanto a Anaelena e Oswaldo que parecem me conhecer de priscas eras fico até constrangido em saber que os telespectadores tem memória tão boa num país que tem fama de desmemoriado... Pô Anaelena ,época de livraria Capitu e Pirandello... tu fostes longe hein amiga ??? direto do tunel do tempo... a vc e ao Oswaldo prometo voltar ao assunto Tv Brasil com mais vagar... como a discussão sobre o tema anda em muito baixo nível por aí ando contendo meus impetos pra tocar no assunto... mas vou tocar...depois do carnaval que devo passar na Bahia justamente trabalhando para a Tv Brasil numa transmissão conjunta dos desfiles dos afoxés com a TVE da Bahia... torçam por nosotros...bjs
Tô me mandando da blogosfera, mas não resisto a uma pitacada nesse tema calliente. Perdoem-me você e os seu leitores, dos quais é difícil divergir, dado o aparente bom-senso, mas:
1) Me parece de uma infantilidade pueril atribuir qualquer parcela de responsabilidade à(s) Igreja(s); a separação entre esta e o Estado já é mais que centenária no Brasil. São "universos desconexos", uma trata de dogmas, outro de políticas.
2) Do mesmo modo que merece respeito quem defenda a utilização de métodos anticoncepcionais e/ou preventivos às DST (estou entre estes) e métodos abortivos (não estou), há que se conviver com quem pensa e defende o contrário. Isto é fundamento basilar do chamado "estado democrático de direito".
3) Temporão, extemporâneamente ou just in time, não duvido nada que alguém esteja levando um belo capilé pra distribuir as "bombinhas".
4) Desculpe-me o Márcio, mas esse ministro é um bundão, a exemplo do governador chefe dele. Levantou a peteca do aborto como se fosse a coisa mais importante do mundo, num país que convive com dengue endêmica, ressucita a febre amarela e no qual se rouba vergonhosamente os recursos públicos reservados para a saúde, que não são poucos. Resulta num patético quadro em que, quanto mais necessita um cidadão de cuidados de saúde, de origem públicos, menos os tem.
Grande abraço.
PS: tô te "convocando" e à Andrea para participarem de um blog coletivo, junto com o Marcos Rocha e as meninas da "confraria".
PS2: ô Maroca, se souber de alguma "foliona afoita" dando sopa por aí, me avise, heim?
Sorry Ric por usar seu espaço,porém o RM é assim... não quer blog mas quer respostas! rs
bjs
Mara
A grana posta nas visitas do Papa, a constante intervenção da Igreja (que é sempre levada a sério e sempre posta em consideração, ou este post não seria necessário) em várias leis... Até pouco tempo atrás, adultério (não cobiçarás a mulher do próximo) era considerado crime!
O Brasil é um país católico, de população católica, então é natural que os valores católicos intervenham na "ditadura da maioria".
Bom, só queria acrescentar isso... abraço a todos,
Sem querer esticar demais o assunto:
1) O fato de alguém ou grupo de pessoas ter opinião diferente da sua, ou mesmo da maioria, representa um "inconveniente" para você?
2) Também não entendi por que não se deva levar em consideração a opinião de uma ou outra instituição, representativa da sociedade civil (gostaria de enfatizar esse "civil", no sentido de que não faz parte do Estado) na elaboração e aprovação das leis.
3) O Brasil é um país cada vez menos católico, ainda que majoritariamente cristão. O crescimento de determinada vertente protestante é o aspecto mais importante nessa esfera nos últimos 20 anos. Há ainda a peculiaridade de que, de teologia mais recente e menos rígida que o protestantismo histórico, e com representação política marcadamente pragmática, duvido muito que certos pastores deputados levassem a ferro e fogo esse pretenso cânone.
O que quero dizer é que jogar a culpa na Igreja me parece uma bela desculpa esfarrapada para uma evidente incompetência na gestão da saúde pública.
Vou além: me parece inconcebível que se exija dessa instituição, comportamento diferente do que defender aquilo em que ela acredita. Não há relativismo em questões de fé.
Do mesmo modo, ninguém deve ser obrigado a professar esta, aquela ou nenhuma fé.
Concluindo, esta não é uma questão de fé, mas de ética e política.
PS: Mara, te mando a foto até o final de semana. Qualquer coisa posso falar que era fantasia de carnaval...
Esqueci de perguntar: você vai querer a foto com o cabelo preso (igual aquela em que você está abafando) ou solto (e leve)?
Minha intenção também não foi jogar culpa na Igreja (desculpe se não soube me expressar), mas também vale lembrar que não é incompetência só da gestão pública... dois pesos, duas medidas? Jogar toda a culpa no governo é válido?
A culpa é do governo, das instituições, da população... minha também, mas em menos escala ;)
Fechamos.
Só não divido responsabilidades, nem com você nem com qualquer outra pessoa ou instituição. Nunca me omiti.
Também fecho com você e todos os demais aqui, na medida em que também acredito que é mais uma questão de educação e boa informação do que, até mesmo, de saúde.
Mas continuo achando necessário separar bem o "joio do joio": à Igreja não compete nomear ministros, elaborar leis nem definir políticas de qualquer espécie. O que não implica em que ela não possa ter opinião...
E, pra terminar: essa conversa mole é só mais um factóide desse ministro bundão, provavelmente de olho em próximas eleições ou roubalheira pura e simples, como desconfio.
Sobre esse tema ainda:
O padreco tem direito à opinião dele; o Papa acho que não é cidadão brasileiro... Como você, acho absurdo que se coloque em risco a vida de pessoas por preconceito ou conceito mesmo, mas respeito a divergência, democraticamente.
Agora, avancemos pouquinho: o papel que tem a "Criação" e a "Vida" em diversas teologias, as cristãs em especial, não pode ser tratado com superficialidade. É um dos seus eixos centrais, segundo as quais, a vida não pertence ao seu possuidor, mas ao Criador. Por isso é tema tão delicado, verdadeiro tabu.
Ninguém é obrigado a concordar, eu por exemplo, não concordo. Também tô pouco me lixando pra Igreja e suas recomendações, aliás, se você acha tão influente essa milenar instituição, como me explica que não se sigam as recomendações de não fazer sexo antes do casamento? Ou você conheceu alguma virgem aqui na blogosfera? (Passa o e-mail ou telefone, rsrsrs)