A PRIMEIRA NOITE ( um trecho)
Não vos entediarei. Por isso coloco abaixo apenas um trecho de um conto ( inédito como tantos outros) escrito há quatro anos. Apenas me surgiu o desejo de colocá-lo aqui. Sem mais , sem menos. Ou talvez atendendo de maneira inconsciente a um pedido da leve e solta blogueira e leitora Mara ( do blog Leve e Solto, aqui linkado)que diz sentir falta de postagens outras que não detonem sempre os mesmos personagens.
A PRIMEIRA NOITE
Amanhece e da varanda olho a mata quase defronte a casa maltratada. É o fim da primeira noite que vivo sem você. Foram tantos anos que eu ainda me pego aqui sem saber como sobrevivi. Sempre achei que a primeira noite sem você fosse impossível de ser vivida mais eis-me aqui de pé com uma caneca de café entre as mãos olhando para a mesma mata que você gostava de mirar todos os dias. Sou eu mesmo embora não seja. Minhas mãos, meus dedos , minhas articulações, meus joelhos, meus olhos, meu cu. São todos os mesmos embora eu não seja o mesmo depois dessa primeira noite.
Nesse local ermo onde a casa maltratada está erguida há mais de cinqüenta anos podemos ver as estrelas de noite porque as ruas não são iluminadas e o centro da cidade está muito longe. Parte dessa primeira noite sem você foi vivida assim. Contando estrelas- novidades. Estrelas que nunca vi e outras das quais perdi a pista desde a infância mais tenra. Assustei-me inclusive que algumas delas tenham estado no mesmo lugar durante todos esses anos. Eu é que não as percebia ou não queria notá-las preocupado que estava com todos os fantasmas que vivem ao redor da luz. Aliás o grande erro da humanidade é este . Achar que os fantasmas estão nas trevas quando na verdade vivem ao redor da luz. (...)
A PRIMEIRA NOITE
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Amanhece e da varanda olho a mata quase defronte a casa maltratada. É o fim da primeira noite que vivo sem você. Foram tantos anos que eu ainda me pego aqui sem saber como sobrevivi. Sempre achei que a primeira noite sem você fosse impossível de ser vivida mais eis-me aqui de pé com uma caneca de café entre as mãos olhando para a mesma mata que você gostava de mirar todos os dias. Sou eu mesmo embora não seja. Minhas mãos, meus dedos , minhas articulações, meus joelhos, meus olhos, meu cu. São todos os mesmos embora eu não seja o mesmo depois dessa primeira noite.
Nesse local ermo onde a casa maltratada está erguida há mais de cinqüenta anos podemos ver as estrelas de noite porque as ruas não são iluminadas e o centro da cidade está muito longe. Parte dessa primeira noite sem você foi vivida assim. Contando estrelas- novidades. Estrelas que nunca vi e outras das quais perdi a pista desde a infância mais tenra. Assustei-me inclusive que algumas delas tenham estado no mesmo lugar durante todos esses anos. Eu é que não as percebia ou não queria notá-las preocupado que estava com todos os fantasmas que vivem ao redor da luz. Aliás o grande erro da humanidade é este . Achar que os fantasmas estão nas trevas quando na verdade vivem ao redor da luz. (...)
Comentários
Bom de ler, tocam a alma.
Não me atrevo a comentar esses teus textos, porque poesia é incomentável; só impactável.
BJS!
Tudo que vem de vc, sei que é verdadeiro, e assim fico muito feliz pelo pedido atendido...
Adorei "a primeira noite" e espero que compartilhe conosco outras "noites" dos seus escritos guardados.
super beijo e obrigadíssima pelo lindo post
Mara
Será que fui cítrica e crítica demais em minhas reivindicações?? Se fui, me perdoe, mas aprendi com você! rs
Mais beijos
As vezes precisamos estar sós para enxergar...
Abraço
Anne
vc acha mesmo que eu deveria publicar o conto inteiro ? acho que conto inteiro por melhor que seja ( não é meu caso) entedia leitor na internet ... não acha não? kiss
Christina ... assim acho que estou com a bola toda... óia que eu acredito... thanks pelas palavras gentis
Mara, tá vendo ? puxão de orelha as vezes resolve... kiss
Anne, obrigado pela visita e volte sempre... repito a pergunta que fiz para a Urtigona ...achas que devo publicar contos inteiros ? sei não ... tenho medo dos meus leitores ( que por sorte não são poucos) fugirem
Aline, darling...se vc gostou de um trechinho quiçá goste do conto todo... quem sabe um dia ele não saía num livro. Por enquanto esse e alguns outros continuam inéditos...kiss