a insuportável caretice do telejornalismo brasileiro
Dentre os muitos comentários que surgiram nos posts que fiz contra o fim do diploma para os jornalistas surgiram muitas questões pertinentes pró e contra. No entanto um amigo meu,o escritor, roteirista e jornalista Dagomir Marquezi(que tem blog aqui linkado)foi dos poucos que abordou uma questão pertinente quando se discute a "extinção" do jornalismo . E no post de hoje, usando o comentário dele como mote, prefiro fechar o foco no telejornalismo. Vejamos o que o Dagô tem a dizer :
"Meus palpites: o jornalismo não está em "extinção". Está em profunda transformação. E a "culpa", não é de quem faz blog como tenho lido tanto por aí. A causa está mais no jornalismo velho, medíocre, previsível e bem comportado que se vê no Brasil de hoje. Nesse sentido, a obrigatoriedade do diploma não faz a menor diferença. Temos faculdades ruins e ultrapassadas ensinando jornalismo ruim e ultrapassado. E editores mais preocupados em preservar o próprio emprego do que entender as mudanças que estão acontecendo independente deles.Falei!."
Embora eu discorde do Dagô em relação à exigência do diploma(sou a favor do reaparelhamento das universidades sucateadas e não do fim dos cursos e extinção do canudo) concordo com ele em gênero, número e grau em relação ao jornalismo velho, medíocre, previsível e engessado que se pratica hoje em dia. Na tv, no rádio , nos jornais e revistas. As faculdades ruins e ultrapassadas ensinam jornalismo ruim e ultrapassado a uma moçada ávida por novidades. Os mesmos cultores desse jornalismo formal, careta, horroroso são aqueles que atacam o aumento dos blogs. Como se os blogs fossem os responsáveis pela prática desse jornalismo protocolar, relatorial, sem ousadias.
Eu disse que ia fechar o foco especificamente no jornalismo de tv.Todo aquele formalismo contido, aquelas regras, aquele engessamento, aqueles apresentadores e repórteres vestidos como se fossem à Bolsa de Valores, aqueles índices Dow Jones, aqueles pronomes de tratamento. Isso é feito pra quem ? para a classe política e os banqueiros , para os investidores ou para o público normal que são os milhões de audiência ? É uma receita de uma caretice superlativa. E todos seguem o padrão Globo. Ninguém inova, ninguém ousa, ninguém arrisca. Fica-se imaginando que todos estão dentro de um convento jornalistico com os homens vestidos de congregados marianos e as moças de tailleurs de filhas de Maria. Um troço germanicamente careta que em nada combina com a informalidade brasileira. O telejornalismo brasileiro é feito para o público de Bonn e de Berlim ou para quem frequenta o calçadão de Copacabana, a avenida Paulista, a praça Raul Soares em Belo Horizonte, o Mercado Modelo em Salvador ? Somos o país da informalidade com um telejornalismo chapa branca, pseudo-isento, oficialesco. Você vê um telejornal assistiu todos. As mesmas pautas, os mesmos textos, a mesma indefectível caretice. Salvo pequenas nuances e pequenos sorrisos, pequenas edições que respiram de outra maneira e que podemos ver vez ou outra no "Jornal da Band" apresentado pelo Ricardo Boechat.
Por tudo isso quero me congratular com o amigo Dagô e dar razão a ele : no meio disso tudo muitos editores estão mesmo mais preocupados em preservar o próprio emprego do que entender as mudanças que estão acontecendo independente deles.Falou Dagô e eu concordo. Os editores tem medo da novidade. A novidade que aqueles que se cansaram da caretice não temem. Ou será que mesmo os jovens profissionais do telejornalismo e os alunos que saem das faculdades adoram esse formalismo inadmissível no país do Chacrinha ? Voltarei ao assunto pedindo licença pra contar uma linda experiência que protagonizei com um grupo talentoso no início dos anos 90 num pool entre a Tv Gazeta de São Paulo e a CNT do Paraná.
"Meus palpites: o jornalismo não está em "extinção". Está em profunda transformação. E a "culpa", não é de quem faz blog como tenho lido tanto por aí. A causa está mais no jornalismo velho, medíocre, previsível e bem comportado que se vê no Brasil de hoje. Nesse sentido, a obrigatoriedade do diploma não faz a menor diferença. Temos faculdades ruins e ultrapassadas ensinando jornalismo ruim e ultrapassado. E editores mais preocupados em preservar o próprio emprego do que entender as mudanças que estão acontecendo independente deles.Falei!."
Embora eu discorde do Dagô em relação à exigência do diploma(sou a favor do reaparelhamento das universidades sucateadas e não do fim dos cursos e extinção do canudo) concordo com ele em gênero, número e grau em relação ao jornalismo velho, medíocre, previsível e engessado que se pratica hoje em dia. Na tv, no rádio , nos jornais e revistas. As faculdades ruins e ultrapassadas ensinam jornalismo ruim e ultrapassado a uma moçada ávida por novidades. Os mesmos cultores desse jornalismo formal, careta, horroroso são aqueles que atacam o aumento dos blogs. Como se os blogs fossem os responsáveis pela prática desse jornalismo protocolar, relatorial, sem ousadias.
Eu disse que ia fechar o foco especificamente no jornalismo de tv.Todo aquele formalismo contido, aquelas regras, aquele engessamento, aqueles apresentadores e repórteres vestidos como se fossem à Bolsa de Valores, aqueles índices Dow Jones, aqueles pronomes de tratamento. Isso é feito pra quem ? para a classe política e os banqueiros , para os investidores ou para o público normal que são os milhões de audiência ? É uma receita de uma caretice superlativa. E todos seguem o padrão Globo. Ninguém inova, ninguém ousa, ninguém arrisca. Fica-se imaginando que todos estão dentro de um convento jornalistico com os homens vestidos de congregados marianos e as moças de tailleurs de filhas de Maria. Um troço germanicamente careta que em nada combina com a informalidade brasileira. O telejornalismo brasileiro é feito para o público de Bonn e de Berlim ou para quem frequenta o calçadão de Copacabana, a avenida Paulista, a praça Raul Soares em Belo Horizonte, o Mercado Modelo em Salvador ? Somos o país da informalidade com um telejornalismo chapa branca, pseudo-isento, oficialesco. Você vê um telejornal assistiu todos. As mesmas pautas, os mesmos textos, a mesma indefectível caretice. Salvo pequenas nuances e pequenos sorrisos, pequenas edições que respiram de outra maneira e que podemos ver vez ou outra no "Jornal da Band" apresentado pelo Ricardo Boechat.
Por tudo isso quero me congratular com o amigo Dagô e dar razão a ele : no meio disso tudo muitos editores estão mesmo mais preocupados em preservar o próprio emprego do que entender as mudanças que estão acontecendo independente deles.Falou Dagô e eu concordo. Os editores tem medo da novidade. A novidade que aqueles que se cansaram da caretice não temem. Ou será que mesmo os jovens profissionais do telejornalismo e os alunos que saem das faculdades adoram esse formalismo inadmissível no país do Chacrinha ? Voltarei ao assunto pedindo licença pra contar uma linda experiência que protagonizei com um grupo talentoso no início dos anos 90 num pool entre a Tv Gazeta de São Paulo e a CNT do Paraná.
Comentários
Ao contrário do meu chapa, dono deste muito bem feito blog, eu acho que a obrigatoriedade do diploma de jornalismo já foi tarde. As redações não vão ficar abertas a picaretas. Elas já estão. Por jornalistas picaretas formados por escolas picaretas.
Não quero generalizar de jeito nenhum. Tem escolas melhores e piores, jornalistas idem. Mas o fim da obrigatoriedade, acho, tende a tornar a situação menos hipócritas. E eu conheço bem essa história de "reaparelhar as faculdades": é dar emprego a petistas.
Eu acho que o jornalismo brasileiro está capengando mas não pelas razões que o Ricardo enumera. A mudança que a humanidade em geral (e o jornalismo neste caso particular)estão passando já não cabem numa visão ideológica.
As mudanças acontecem, e para acompanha-las é preciso mudar também. O jornalismo da obrigatoriedade de diploma é o mesmo das grandes corporações, dos corrompidos sindicatos, das escolas que fingem ensinar para alunos que fingem estudar.
A imprensa não vai "morrer". Mas as mudanças de verdade na imprensa acontecem aqui no mundo real. Não em leis artificiais, em grandes empresas congeladas pela burocracia nas decisões da companheirada, ou em escolas paralisadas no tempo.
Um super abraço ao meu amigo Ricardo e que ele continue fazendo um ótimo blog - mesmo quando eu discordo dele.
Prefiro ler pq eu não vou desviaro olhar para o terno mal cortado, o horrendo terninho ou a chapinha mal feita...rs.
Gostei muito desse post. Concordo com a visão de ambos. Beijos!