Muitos chineses em Angola
Não é novidade aqui. Apenas para mim e talvez para os prezados leitores desse blog. Hoje a caminho da produtora para minha nova casa na Maianga dei de cara com a fragmentação de uma das cenas mais comuns em Luanda nos últimos tempos : milhares de chineses que trabalham na construção civil e na construção da infra-estrutura do país. A cena que vi era um chinês de chapéu de palha com um martelo na mão calmo a contemplar a rua, pensamento imerso em plantações de arroz ou patos laqueados em Xangai. Ele estava longe mas a cena estava ali perto, na minha frente, a simbolizar emblematicamente o que acontece nesse país. Chineses a trabalhar ferozmente como formigas obreiras a construir em tempo recorde prédios, prédios, prédios. E o fazem em tempo recorde se comparado à maioria das construtoras portuguesas que atuavam aqui antes da chegada deles. Dizem que oficialmente 40 mil chineses estão em Angola, ao abrigo dos acordos entre Governos dos dois países. Os dados oficiais são esses mas especula-se que o número passe de 100 mil. Muitos deles tem sido vítimas de violência (assaltos) ao redor dos seus locais de trabalho. Eles são muitos e não param de chegar pois acordos determinam que 70 por cento de projetos de reconstrução devem ser dados a empresas chinesas e elas preferem trazer os seus próprios trabalhadores. A China é, diga-se de passagem ,a principal financiadora da reconstrução de Angola, com empréstimos que chegam a 10 milhões de dólares (cifras conflitantes) mas que dizem passar disso. A contrapartida disso é que a China está comprando a maior parte do petróleo de Angola. Com perdão do trocadalho, negócio da China, literalmente.
Comentários
Antes de mais nada, excelentes textos.E agora abusando de sua paciência pergunto.Haverá em Luanda,ou Angola, descendentes dos revoltosos Malês da Bahia? É que em minha pesquisa decobri que vários deles conseguiram escapar e fugiram para Angola. Outros foram degredados. Existe algum trabalho ou pesquisa sobre isso por aí? É que estou, como você sabe, na fase final dos Filhos de Allah e ajudaria muito se houver algo a respeito.
Grande abraço e continue nos brindando com seus maravilhosos textos.
Georges Bourdoukan
OK.
Aqui na Terra estão jogando futebol, tem muuuuito samba, muito sol (no Rio) e rock'n roll...
Tá na hora de mudar a foto do blog, baby.
E de não esquecer os e as que que ficaram no caminho.
Estudei isso em meu TCC de jornalismo, numa reportagem que traçava o cotidiano dos chineses que trabalham na Rua 25 de março.
Questões filosóficas à parte, muitos fazem proveito da relação dos chineses com o trabalho para explorá-los, o que já aconteceu em muitos países.
Não é bem o que acontece (não mais) por aqui, pois eles vivem mais na condição de chefes dos estabelecimentos. Espero que, mesmo na Angola, eles consigam fazer aquilo que sabem melhor na calma e na tranquilidade que tanto gostam.
Pois, se não fosse fruto do trabalho árduo, provavelmente a China não ocuparia a importante relevância econômica que detém hoje.
Grande abraço!
Tiago
Um abraço!
Bjos
Ana Regina