ROBINSON CRUSOÉ, O VERDADEIRO,finalmente...
"Dádivas são os clássicos". Frase feita que alguns intelectuais pedantões adorariam mas que cabe como luva para definir alguns clássicos da literatura universal como o fascinante livro "Robinson Crusoé"do lendário Daniel Defoe que muito antes de beatniks e de mochileiros,intergaláticos ou não, narrava as venturas e desventuras de um personagem que colocou o pé na estrada( no caso aqui, no mar) e caiu no mundo tendo passado, entre outras sagas,quase 30 anos numa ilha deserta.
Enorme é o arrependimento tardio de só ter tido acesso à versão integral e verdadeira do livro agora quando coloco o ponto final na leitura dessa tradução (de Domingos Demasi) que foi realizada para a competente coleção "Clássicos de Aventura" organizada para a editora Record pela escritora Heloísa Seixas onde constam ,entre outros títulos , " As Viagens de Gulliver"de Swift e "A Ilha do Tesouro " de Robert Louis Stevenson.
Conhecer alguns clássicos ao qual tivemos acesso de maneira diluída tem lá suas vantagens. No caso de "Robinson Crusoe" é descobrir que Defoe foi muito mais talentoso do que se imaginava e antecipou de melhor maneira recursos de estilo e narrativa ao final do século XVII que foram muito melhores que alguns usados posteriormente por criadores que fizeram inclusive a televisiva série LOST que se utilizou fartamente do material ficcional concebido por Defoe séculos antes.
Se você não leu recomendo muito especialmente a edição a qual me referi ( cuja capa está acima) porque entre várias incontáveis surpresas você vai descobrir que o protagonista não teve suas incontáveis aventuras apenas no mar ou na ilha deserta onde se refugiou com seu criado Sexta- Feira.Sua saga passa por um Brasil Imperial disputado por portugueses e espanhóis e por nevadas planícies cobertas de neve numa França longinqua assombrada por alcatéias de lobos famintos e ferozes.Grande Defoe! dando aula de estilo até hoje.
Comentários
Naqueles idos, o herói Robinson escapa da "perda". No caso de Lost, acho que não há muita saída. Ou dá pra definir um final em se tratando de uma narrativa pós-moderna?
Abraços