TEDIOSO CISNE NEGRO
Resolvi que não ia tocar no assunto até porque já falaram demais a respeito. Mas dois dias após assistir a "Cisne Negro" reconsiderei e resolvi escrever a respeito por um único motivo : não poderia deixar passar batido, sem comentários, um dos poucos filmes que em muitos anos de vida de cinéfilo me fizeram sair de uma sala de cinema. "Cisne Negro" está sem dúvida na minha galeria dos filmes mais tediosos que já assisti ( ou quase) na vida . Um equívoco do começo ao fim. É a versão cinematográfica da obra completa do "Engenheiros do Havai". Chata, pretensiosa, rala e cheia de clichês.
Não esperava que fosse tão ruim até porque tinha gostado muito dos filmes anteriores de Darren Aronofsky como "Réquiem Para um Sonho" e "O Lutador". Também gosto dos atores Vicent Cassel e Natalie Portman que protagonizam esse filme. Assim não poderia supor tamanha catástrofe e nem posso amenizar o meu tom já que sequer suportei os vinte minutos finais da chatice que dizem ser apoteótica embora repleta dos clichês que costuraram toda a trama, aliás um roteiro de novelinha das seis com pretensões de David Lynch.
Como cinema é uma catástrofe narrativa tediosa.Como locações uma chatura sem fim rodada dentro de salões de ensaios de bailarinos em busca da perfeição, a competição para ser o melhor,aquela eterna obtusidade que permeia o sonho americano e transforma a vida deles num vestibular constante.
Agora o que é divertido mesmo é passear os olhos pela internet e ler comentários de leitores e espectadores em relação ao filme. Gente que quer parecer inteligente buscando significantes e significados numa chatura sem fim.Especialistas (ólogos e atras)que buscam as nuances da loucura dos personagens, etc, etc,etc...que preguiça."Cisne Negro" é apenas péssimo cinema e por isso mesmo é capaz que arrebate algumas estatuetas do Oscar.
Comentários
tinha um leve pressentimento disso. Mas, até na seriedade(e lá sou sério?), minha bússola, atraída pelo imã das suas palavras, resolveu seguir a máxima, acho que do Millor, "não vi e não gostei! (rsrsr)
Abraços...
Mas, mesmo não fazendo parte dos babentos pelos irmãos Coen, adorei Bravura Indômita. Suspeito posso ser, por ser viciado em "faroeste", fã do Jeff Bridges, e ter lidoe relido o livro do Charles Portis. Amo o filme, como o cineasta, Hathaway. John Wayne então...But...a "releitura" é boa...muito boa.
Abraços
Gilson Ribeiro.
Me parece que há uma abordagem radical da competitividade,ela envolve uma experiência de vida e morte. Isso nunca foi tão atual.
Mas o mais legal é pensar que há que ter muita prudência hoje, Nina não teve, ao lidar com os mecanismos de controle da vida. Antes também, somos de uma geração que perdeu muitos na luta contra o poder. Mas hoje a coisa é mais insidiosa, invisível pq o competir virou um modo "desejado" de viver. Vc não deve ser um "looser", deve desejar ser um vencedor.Vale tudo!
Mas também achei uma bosta.
Esta semana levei minha cachorra ao veterinário. Durante a consulta, eu a estava agradando e encontrei um carrapato. Quando tirei vi que eram dois. O veterinário falou: "Devem estar acasalando".
Achei que ele estivesse de sacanagem comigo. Aí esquecemos a cachorra por alguns momentos - afinal, graças a Deus, e à vida solta que leva, está ótima - e ele pegou aquela câmera de espiar o ouvido dos cães e colocou sobre os carrapatos. Macro.
E lá estava, no monitor, colorida, enorme, bem na nossa frente, uma tremenda sacanagem de carrapatos. Filminho de amor, mesmo. Deu pra entender uns abraços de muitas pernas. Cinema e tanto. O macho é umas dez vezes menor, e morre logo após a cópula. Isso o veterinário que me falou.
E pensar que, mesmo assim, tem carrapato que não acaba mais por aí. O caso é que a fêmea bota, em média, 2 mil ovos ! Aí vai o fazendeiro e enche o pasto de braquiária e tá feito o arranjo.
Mas como você, Ricardo, também não fiquei assistindo até o final, não. Mesmo porque, o doutor já tinha adiantado o que ia acontecer. Agradeci, paguei a consulta, e voltamos pra casa. E mesmo com a chuva, a cachorra não se importou e quando viu a porteira preferiu descer. Pulou do carro e saiu correndo, feliz.
A vida é que é bonita. E a terra.
Cinema não é importante, não.
Espera-se mais de um filme pretencioso como a crítica americana quer que pareça.
Não sou expert, nem sou cinéfila.
Senti um vazio ao término desse filme, frustrei-me.
p.s: E. Campos, carratos e cisnes? relação meio complicada essa que vc arranjou...