Esboço de um romance que sobrevoa...
Companhia Siderúrgica do Atlântico. Um pesadelo real que poderia ser ficção. |
Sempre quis escrever um romance
onde eu pudesse ver as coisas do alto, sobrevoando os terraços e as espécies ,
vendo os homens a granel no seu destino de atacado e varejo. Na presunção do sobrevoo
, vendo tudo de cima, poderia assim analisar o clima e enxergar o destino
pequenino que lá embaixo parece e aparece tão grandioso, tão importante, tão
loquaz.
Estrelas de ínfima grandeza somos nada
vistos de cima mas nos achamos primordiais, continentais, essenciais como
alguns executivos que vejo por trás das vidraças blindadas a escovar bons destinos
para si e péssimos para os seus prejudicados. Agora mesmo um grupo deles
decidiu , com auxílio de governos e intermediários , instalar uma siderúrgica
poluente e imunda no litoral do Rio de Janeiro onde o povo desinformado e
desarticulado fará pouco barulho no meio do entulho. É assim que eles decidem
por trás das vidraças blindadas(...)
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