Eu quero os meus radicais livres
Dentro de mim há uma porção de radicais livres. A ciência diz que pela minha idade devo combate-los. Mas eu gosto deles. Fazem com que eu não me acomode diante das comodidades, da generalizada falta de posicionamento e de opinião e nem diante dos muitíssimos puxa-sacos de plantão que pedem benção todos os dias em horas diversas a todos aqueles que possam lhes auferir lucros e promoções.
Os radicais livres podem ser combatidos com espinafre e cenoura e desde que eu soube disso tenho evitado suflês com esses ingredientes pois temo incomodar meus radicais que resistem bravamente diante do fluxo sanguíneo moderado sênior dos bombeiros que apagam incêndios mesmo antes que eles aconteçam.
Os radicais livres liberam no metabolismo do corpo elétrons instáveis e reativos que dizem poder causar doenças degenerativas de envelhecimento e morte celular. Mas eu os quero instáveis e reativos, reagindo as intempéries sobretudo comportamentais. Os amigos insistem que os radicais livres detonam os cinquentões. Mas eu gosto deles assim . Não quero os meus radicais presos.
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