O VERÃO DA GRANDE PEDRA NO RIM
será essa desqualificada "comentarista" a nossa triste musa do verão ? |
O ano mal
começou e a chapa está mais do que quente. Noves fora o calor paranormal que
nos transporta ao inferno climático ( e real) os corações e mentes parecem
estar fundamentalmente alterados, propensos a temperaturas de derreter
termômetros. Tolerância zero entre contrários, falta de educação no trato
virtual e real , a tal metáfora entre Fla versus Flu parece ter ficado para
trás. Estamos mesmo em tempos de circo romano onde a patuléia quer mais é sangue
correndo.
Brasília
desanda em onda quente de violência, o Rio derrete cadáveres nas vielas dos
morros, a polícia paulista esgrime sua truculência desmedida e ônibus ardem
nas ruas , as pessoas se engalfinham em brigas de trânsito Brasil afora e se
estapeiam virtualmente por suas preferências políticas numa virulência precoce
já que o ano mal começou. Nesse andar de carruagem imagina como estaremos na
época da Copa ou perto das eleições .
Não é só
pelo calor mas parece que estamos a respirar um ar mais do que pesado. Chumbo
grosso. Mormaço sem refresco. Sensação de sufocamento onde se afogam as boas
idéias , a racionalidade , o equilíbrio. Tanto que nem causa a espécie que
deveria causar a confusão entre liberdade de opinião e pensamento com incitação
à barbárie e violência que é apregoada
por gente desqualificada como esse jovem “comentarista” nazista que o SBT se
ufana em colocar no ar. Num país de opinião pública responsável essa moça já
teria sido recolhida ao porão escuro da ignorância do qual nunca deveria ter
saído. Essa desqualificada infelizmente talvez passe a ser a “musa” desse verão
quente e sangrento pois as estultices que regurgita mais que encontrarem eco
são comentadas país afora. Talvez seja exatamente isso que essa irresponsável
queira embutindo a sua idiotia na premissa “ falem bem ou falem mal mas falem
de mim”. Ou seja cada segmento tem o
Bolsonaro que merece. A mídia ergue seu estandarte de verão na figura dessa
jovem totalitária.
A tolerância
zero, o rancor exposto como um nervo de dente ecoa fácil , solto pelo país
afora, e solapa ainda mais nossa civilidade já há muito solapada. Infratores
espancados e amarrados a postes, reencarnações de pelourinhos passados não são
vistos como aberrações mas aceitos com aplausos pela boa e velha “gente de bem”
que sempre usa a desculpa da falência do Estado para justificar o linchamento,
o assassinato sumário, a extinção da Justiça. Os argumentos são tão toscos que
dá até preguiça de aqui enumera-los.
Esse quente
e triste verão da violência tem data pra acabar ou será o prenuncio de um
outono de chumbo, um inverno de bílis e uma primavera de rancor ? Se na
primeira das estações do ano já estamos adernados o que será quando entrarmos
na quarta ? o barco naufragará ? Sem paranóia algo de muito sólido parece estar se
formando no ar. Como uma imensa
pedra no rim. Urge bombardeá-la antes que fique tão espessa que leve à falência
dos múltiplos órgãos que regulamentam a democracia.
Ricardo Soares
8.2.2014
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