A DESMEMÓRIA E A RUA COSME VELHO 18
Fuçando velhos alfarrábios, recortes , jornais antigos, tentando arrumar a desordem interna e externa nesse fim de ano dou de cara com um achado. Uma reportagem brilhantemente escrita por Francisco de Assis Barbosa com o título "Rua Cosme Velho 18",endereço da casa em que Machado de Assis viveu seus últimos 24 anos de vida no Rio de Janeiro ( morreu em 1908) e escreveu a maior parte de sua obra, inclusive o antológico Memórias Póstumas de Brás Cubas .
Esse texto publicado no suplemento "Cultura" do Estadão em 1989 ,cuja capa fotografei a partir dos meus achados, além do primor que embute nos convida a uma singela reflexão. Aliás, já me fiz essa pergunta muitas vezes : por que diabos deixaram demolir a casa de Machado ? por que teimamos em não ter memória significativa de nada ? Considero isso ainda mais triste quando se compara ao que os franceses fizeram com a casa de Balzac em Passy, Paris , que só conheci em maio desse ano... ela está intacta e serve não apenas de museu vivo da história do escritor francês , discutindo sua vida e obra, recebendo centenas de estudantes e pesquisadores o ano todo. Também se mantem intactos todos os aposentos da casa inclusive o quarto onde Balzac trabalhava como você pode ver o extasiado autor desse post apreciar logo abaixo. Uma pena que aqui não fizemos o mesmo com a memória do nosso maior escritor.Sempre que passei na rua Cosme Velho me dava conta disso. Mas até hoje não tinha visto inclusive a formosura que era o casarão. Não conhecia a foto dele.Redundante e desnecessário lamentar mais uma vez a nossa desmemória.
Diante da mesa de Balzac,vendo aquilo que não fazemos em foto de Patrícia Gonçalves |
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