FLOR CARNÍVORA
Abre a boca flor carnívora que devora meu passado
De sua boca atroz, verdadeira, dentada
Saem manadas de elefantes sombrios
Homens que pulam muros altos
Mulheres que se lavam com magma
Abre a boca flor carnívora
E me traga a neblina que chega da serra do mar
A poluição que matou em Cubatão
Aquela brisa clandestina que vem dos pólos
Abre e me traz um antigo açougue
Um clube remoto
Um baile de debutantes esfuziantes
Uma fornada de pão de queijo
Um canecão de café adoçado
A mão que cruza meu ombro
Um pai que continua do meu lado
Abre a boca flor carnívora
E me deixe ser um vegetal do silêncio
Um cão meigo que uiva para a lua
Uma represa cheia de sargaços
Abre a boca flor carnívora
E devora tudo o que não presta
Apara a velha aresta
Aniquile meus maus pensamentos, meus cansaços
Me deixe numa multidão de abraços
Ricardo Soares, 15 de junho 2015
Saem manadas de elefantes sombrios
Homens que pulam muros altos
Mulheres que se lavam com magma
Abre a boca flor carnívora
E me traga a neblina que chega da serra do mar
A poluição que matou em Cubatão
Aquela brisa clandestina que vem dos pólos
Abre e me traz um antigo açougue
Um clube remoto
Um baile de debutantes esfuziantes
Uma fornada de pão de queijo
Um canecão de café adoçado
A mão que cruza meu ombro
Um pai que continua do meu lado
Abre a boca flor carnívora
E me deixe ser um vegetal do silêncio
Um cão meigo que uiva para a lua
Uma represa cheia de sargaços
Abre a boca flor carnívora
E devora tudo o que não presta
Apara a velha aresta
Aniquile meus maus pensamentos, meus cansaços
Me deixe numa multidão de abraços
Ricardo Soares, 15 de junho 2015
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