O retorno às neves do Kilimanjaro e da poesia
Escrevi mais cedo na minha "rede social" que acho que não precisava de justificativa. Mas justifico. Depois de mais de 30 anos vou voltar a publicar poesia. O que o mundo ganha com isso ? Provavelmente nada. Mas eu tudo... só o alento poético, inclusive o meu próprio, para poder atravessar o mar encrespado desses dias. Por isso, sorry, vocês vão ter que me aturar. Não creio que seja um exercício assim tão insuportável na medida em que andamos infestados de má poesia...mas para mim é paliativo...inclusive vem livro em breve. Depois de tantos anos.Bom sábado a todos e vai aí uma amostra grátis para saber se eu paro ou continuo...
À NOITE DORMIMOS
nas velhas encostas derretidas
do Kilimanjaro
nos barcos sobre o velho
e quente Amazonas
nos leitos de vida
de antigos hospitais japoneses
nas redes emprestadas
por fiéis fregueses
nos tatames rituais chineses
e dormimos tantas vezes
para nos sentirmos acordados
que esquecemos de por vezes despertarmos
aí sim a vida fica com sono
e acordar ao invés de ser uma saída
passa a ser tão só despedida
da vida que ao deixar de ser sonhada
não alvorece, é apenas madrugada...
nas velhas encostas derretidas
do Kilimanjaro
nos barcos sobre o velho
e quente Amazonas
nos leitos de vida
de antigos hospitais japoneses
nas redes emprestadas
por fiéis fregueses
nos tatames rituais chineses
e dormimos tantas vezes
para nos sentirmos acordados
que esquecemos de por vezes despertarmos
aí sim a vida fica com sono
e acordar ao invés de ser uma saída
passa a ser tão só despedida
da vida que ao deixar de ser sonhada
não alvorece, é apenas madrugada...
9/01/2008
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