Cidade presídio em dois tempos
foto de Guilherme Longo |
Cidade presídio em dois tempos
Há uma grande iniquidade
Nos sonhos mais remotos da cidade
Onde os homens se amparam em retratos muito antigos
Ou nas lembranças mais remotas dos perigos
Quando a cidade era selva
Quando a cidade era um mar de dejetos a céu aberto
Quando a civilidade não era encanada
Quando as pústulas não se escondiam
E febres de todas as cores consumiam os sonos dos avós
Há uma grande iniquidade
Naqueles tempos onde charcos afloravam
E se fazia comércio com negros cativos
E os barões do café disfarçavam o bodum
Com fragrâncias francesas
Onde os homens se amparam em retratos muito antigos
Ou nas lembranças mais remotas dos perigos
Quando a cidade era selva
Quando a cidade era um mar de dejetos a céu aberto
Quando a civilidade não era encanada
Quando as pústulas não se escondiam
E febres de todas as cores consumiam os sonos dos avós
Há uma grande iniquidade
Naqueles tempos onde charcos afloravam
E se fazia comércio com negros cativos
E os barões do café disfarçavam o bodum
Com fragrâncias francesas
Vendo esse mar de concreto
Onde não passam as ventanias bloqueadas
Essa ilusória sensação de proteção atrás de vidraças blindadas
Não sei, afinal, em qual época é pior estar preso
Se hoje onde não enxergo as saídas da cidade
Ou ontem quando supunha que se daria um fim à iniquidade
Ricardo Soares – 18 de março de 2017- Granja Viana- SP
Onde não passam as ventanias bloqueadas
Essa ilusória sensação de proteção atrás de vidraças blindadas
Não sei, afinal, em qual época é pior estar preso
Se hoje onde não enxergo as saídas da cidade
Ou ontem quando supunha que se daria um fim à iniquidade
Ricardo Soares – 18 de março de 2017- Granja Viana- SP
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