mexendo no baú de laca
Ainda tenho
ganas de resolver as coisas com velocidade. E um lado monge, ascético, cresce
dentro de mim. Cansei de ouvir uma porção de histórias de bebedeiras e
excessos, cansei de histórias de depressões em espirais, de descontrole
massivo, de alienações elevadas ao cubo. Estou cansado, inclusive de sonhar.
Ao mexer no
citado baú de laca encontro tantos escritos antigos, amarelados, remotos que um
desalento vem do estomago e sobe ao céu da minha boca que tanto lixo
pronunciou. Por que escrevi tanto pra não mostrar ? por que mostrei pouco e
mostrei errado como um exibicionista equivocado que levanta o casacão em praça
pública com o único intuito de mostrar suas vergonhas ? Não apresentei armas,
não mostrei bagagens, não burilei esse meu espólio que agora acho um lixo mas
que pode conter pérolas. Fiz as opções erradas e agora creio nisso como nunca
quando olho pela janela, vejo sol sobre bambus e um calor úmido que traz as
chuvas fora de época.
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