Consolo na praia (brava)
Vamos, não chores
A esperança está perdida.
A mocidade está esvaída.
a vida, por ora, fendida
O primeiro presidente passou
O segundo presidente passou.
O terceiro presidente passou.
Mas a esperança continuava.
Perdeste alguns amigos
Não tentamos qualquer viagem além dos umbigos.
Não possuímos carros, navios , terras
Mas temos cães a nos lamber os ossos.
Algumas palavras bicudas,
em vozes ríspidas nos golpearam.
Nunca, nunca cicatrizaram.
Mas, e o humor ?
A injustiça não se resolveu
pelas sombras dos lados errados
e murmuramos protestos tímidos
que vieram de todos os lados
Todos somados , devíamos
nos precipitar de vez, nas águas.
Mas estamos nas areias , no vento,
nus , sem as mãos no bolso,
saindo da praia brava rumo ao calabouço
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