CAPÍTULO 33
Esse é o capítulo 33 de um tijolo de mais de 100 capítulos ainda inéditos, sem créditos com o leitor...
33
Trinta e três capítulos. Trinta e
três, o número inevitável da idade com a qual Cristo partiu. Nessa idade eu
nada tinha feito de relevante e nem vocês embora todos imaginemos que sim. Nos
vitimizamos e achamos que tínhamos levado várias cruzes nas costas . Mas qual o
que ... pesos leves diante de outros muito, mas muito mais pesados.
Penso no quanto fomos otários ao
nos imaginarmos santos. Santos mesmo não tem ardis. Nem administram falências.
Santos são santos e não vivem aos prantos. E aí,alguém sabe responder como é
que é do outro lado ? tem clarão de luz, bóias secas largadas pelo vento e
demarcando marés celestes ? Tem flashs na escuridão ? Depois de tantos anos o
razoável seria saber pequenas respostas para grandes questões. Mas vocês não
sabem porra nenhuma e muito menos eu.
Não sei agora fazer sequer um bom
e completo inventário de lembranças
porque fico querendo me reinaugurar sempre ao invés de me refundar, me
refundir, me aprimorar. O que era e poderia ter sido ou o que não foi porque
não demos ouvido.
Uma vez ressuscitei de um resto
de vela de mim mesmo. Não me assopraram ainda depois disso mas pode crer que
agora o brilho é mais tênue. Há que se fazer muita força para a vela brilhar
intensamente de novo. No fluxo contínuo de emoções baratas que acontece antes,
durante e depois da ressurreição só posso externar gratidão maiúscula a todos
os que me socorreram e manifestaram solidariedade quando a gente caminha no
escuro sem cajado nas mãos.
Percebam pois que findo o quinto
dia desse meu relato que cruza mais de 41 anos falando de ressurreição nesse capítulo 33. E depois
dizem que as palavras combinadas entre si são frutos do mero acaso. Sei...
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