última nos 58


ÚLTIMA NOS 58

    Andar de skate não dá mais nem de um só pulo transpor um riachinho mais largo. Também não convém pular fogueira, nem pisar nas brasas, nem meter o nariz onde não é chamado. Jogar de ponta direita veloz, namorar moça muito mais nova , querer pegar chuva de verão sem se enxugar, nem pensar. 
Agora é quase 60 e apesar de certa disposição pós infarto há quase dois anos nada será como antes. Aparece vez por outra um cansaço que vem sei lá de onde e vem sei lá de onde uma sensação de que o tempo passou na janela e o Carolino aqui viu muito bem.  Viu e viveu bem, errando e acertando no mais das vezes.
Agora sou uma miríade de clichês que se reinventam. Vivo um alto do baixo e as coisas entram nos eixos depois de saírem bastante deles. Não sou quem eu fui, não fui quem imaginei ser e muito prazer! Mais um ano e chega 60 na janela. Não farei inventário de erros porque prefiro mirar os meus acertos. No mais perdão sincero a quem magoei, sei que ainda não melhorei mas , esperem, ainda não acabei. Abraços e beijos aos que ficam do meu lado. Aos que se foram sejam felizes pois a essa altura tenho certeza que são as alegrias que fincam raízes. 
E em mim elas voltam a brotar. Até o ano que vem!

Ricardo Soares , 7 de junho de 2018, 21 e 35

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