PRIMEIRO POEMA DE JANEIRO

 


PRIMEIRO POEMA DE JANEIRO

 

Apesar de eu ter duas mãos

Elas não dão conta de tudo

Porque não consigo conter todos os furos da represa

 

Há buracos de sobra

Poucas mãos para muita obra

 

Por enquanto não sou Shiva

E nem multiplico meus dedos

Eles sequer servem pra ocultar os meus segredos

 

Virou um ano, começou outro

Quanta manobra!

De novo pouco cimento que não se desdobra

 

Que tempos são esses que não se agigantam ?

Clamores justos que não se levantam...

 

Os apelos, instâncias terminais de pedidos

Pouco ou nada são ouvidos

 

E fica assim a sensação de que estamos

Num imenso campo de prisioneiros a céu aberto

Onde Deus deixou o diabo muito perto...

 

 

Ricardo Soares, 31/12/2020  , Granja Viana, SP                               

               

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