E O FERNANDO VENCEU
E O FERNANDO VENCEU (Crônicas
utópicas 2 )
publicado originalmente no DOM TOTAL (clique aqui)
Quando Fernando Andrade
ganhou as eleições presidenciais demorou um pouquinho para tomar pé e gosto
pela coisa no que foi muito ajudado por sua esposa e companheira Ana Estrela e
é bom que se diga que além dela ser melhor do que ele formaram um belo e charmoso casal presidencial. Mas
essa não é uma crônica de fofocas e emoções baratas e sim a tentativa de narrar
a saga do ainda jovem casal rumo ao apaziguamento da nação depois do verdadeiro
combate que foi a campanha contra os milicianos e fanáticos reunidos ao redor
da candidatura de Jair Boçalnaro .
Os
iniciais movimentos de paz na terra
brasilis aos homens e mulheres de boa vontade começaram quando os primeiros
bons resultados na economia do país foram sendo colhidos por Andrade ao mesmo
tempo que uma tropa de não choque acalmava corações e mentes com a ajuda de
padres pacifistas como Júlio Silvio Lancelotti e outros humanistas de igual
quilate como o doutor Drauzio Tramela que sempre deixaram claro que o estado é laico
e a ótica e estética de São Francisco de Assis devia reger nossos caminhos.
Todos estavam querendo mesmo palavras de paz.
Os
boçalnaristas fizeram de tudo pra esculachar a ordem vigente com a ajuda
voluntária ou não dos cangaciristas , soldadinhos de outro derrotado, o coroné
Cangaciro de Pinda. A turba se juntou numa grande frente ampla com outros
vencidos reunidos ao redor do playboy Aócio de Minas e foi uma labuta infinda para que todo mundo pudesse
entender que o resultado das eleições deveriam ser respeitados.
Assim,
aos poucos e com muito esforço a pacificação foi sendo estendida a vários
setores e a cadeia passou a ser serventia da casa para todos aqueles que
atentavam contra a democracia e a ordem vigente. Mais vagas nas universidades
públicas foram sendo criadas para os mais necessitados, mais bolsas foram
concedidas , mais setores representativos passaram a ser ouvidos , mais
mutirões de empregos foram sendo criados e a educação passou a ser prioridade
total. O lema foi adiar estradas e construir pontes para o futuro já que a
ignorância havia jogado o país nas trevas
Enfim,
pouco a pouco as trevas se dissiparam e se Andrade não fez o melhor dos
governos tentou e muito reerguer a nação. Agora começa o tortuoso mas possível
caminho da reeleição. Mas de uma coisa já sabemos. O governo dele foi ao menos
mil vezes melhor do que se tivessem vencido o pleito o hediondo Boçalnaro. Com
ele podemos imaginar ainda o Brasil , país do futuro e não o Brasil atolado em
sombrio passado caso o fascismo tivesse triunfado entre nós.
Ricardo Soares é escritor, diretor de tv, roteirista e jornalista.
Publicou 9 livros, dirigiu 12 documentários.
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