considerações roraimenses

 






( Marina meu caso)

Sempre me intrigou porque o estado de Roraima (assim como Amapá, Rondônia e Acre) permanecem fora do noticiário nacional . Fora do foco da midia a principal e infeliz consequência é a multiplicação de maus feitos , corrupção e uma classe política execrável. Tem menos mídia relevante fiscalizando as barbaridades que nesses estados acontecem.

Roraima sempre foi desgovernada pelo que há de pior na escoria política como os Jucás da vida. Mas o Antonio Denarium , atual desgovernador, é um elemento que se supera. Bolsonarista convicto cheguei a pensar que esse sujeito pudesse ter um minimo de empatia com o que de ruim acontece com o povo yanomami. Mas o elemento não só demonstrou descaso com cenas que horrorizam o mundo como ainda passou pano para os garimpeiros que destruiram tudo em volta como se viu na sua lamentável entrevista concedida à Folha de S. Paulo. (leia aqui)

Roraima é um estado peculiar que tem uma área (223.645 km2) , maior do que o Paraná, com uma população que não chega a 650 mil pessoas enquanto o estado do marreco Moro e do genial poeta Leminski tem mais de 11 milhões de viventes. Ali, na parte de cima do Brasil, único estado do país a fazer fronteira com a Venezuela e a Guiana Inglesa, as riquezas e belezas são imensas mas sequer o potencial para o turismo ecológico é explorado. O que é explorado e devastado são as riquezas de Roraima como finalmente o Brasil descobriu por conta da tragédia humanitária dos yanomamis, o povo que segura o céu.

O céu que deveria ser segurado pelos indigenas desaba sobre eles com toda sorte de desmandos, assassinatos, transmissões de doenças de toda ordem nas levas predadoras e assassinas conduzidas por garimpeiros desumanos que sempre contaram com a conivência dos péssimos governadores de Roraima e , nos últimos tempos, a total cumplicidade do desgoverno Bozonazista , o pior de todos os tempos no Brasil e que sempre teve como meta o exterminio e desrespeito aos territórios indigenas.

Por questões profissionais tive a sorte de conhecer relativamente bem o estado de Roraima. Primeiro em 3 meses em 2002 e depois por cerca de 15 dias em 2018. O que sempre me surpreendeu (redundo aqui) foi o total desconhecimento dos brasileiros em relação a esse pedaço de nosso mapa que fica no extremo norte. Tanto negativamente quando positivamente pouco se sabe de lá . Inclusive que (genericamente falando) a capital Boa Vista é uma cidade aprazível, planejada , de grandes espaços verdes e avenidas largas com toda sorte de serviços a contento e banhada pelo rio Branco em cujas margens há modestos restaurantes onde são servidos peixes magnificos em receitas maravilhosas como o "filhote" feito na lendária "Marina meu caso".

Roraima , enfim, agora aparece tardiamente na mídia e de maneira ruim depois de outra tragédia que foi a "invasão" de venezuelanos deserdados e abandonados pelo poder público. Que ao menos essa exposição negativa e tardia sirva para mitigar os horrores que ali acontecem e que revelem mais os bons aspectos dos roraimenses e seu estado que para começar nada tem em comum com a geografia da maior parte da Amazônia. Roraima é plana, quase uma imensa savana, e um lugar que vale a pena conhecer apesar dos seus predadores e assassinos.

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