CRÔNICA DO DIA : SALTO QUEBRADO
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Na bolsa procurou as chaves do apartamento da qual foi expulsa. Mas chaves não haviam. Haviam comprimidos, um baton , um maço de cigarros amassado, uma caixinha de fósforos meio úmida, um guindaste que pesava dentro da bolsa.
A luz, a luz ! era preciso pôr os óculos pois o dia havia, o dia amanhecia, o resto enfim se subvertia enquanto a chapa fervia e alguns pães com manteiga começavam a ser tostados na padaria.
A vida começa em pequenas pinceladas quando a manhã avança e ela carrega a noite feroz dentro da garganta, impregnada de gritos e soluços que cheiram a mofo, a boate encardida, a uma meia desfiada que abriu espaço para uma ferida feita na coxa. Ferida funda, ferida que afunda enquanto ela acena e o táxi não pára. O trânsito engrossa, a voz turva e o ônibus queima a faixa de pedestre. Ela passa bem na frente, rebolando e sorri. Sua noite estava estragada mas o dia do motorista começa bem. Bem vindo a Copacabana.
Comentários
Até me senti de volta a Copacabana,
mas não invejei a moça não. Talvez o motorista, um pouco, confesso.
beijos
Beijo!
beijos..........=D
Escreva mais!! Please!! Amo suas crônicas!!!
E nada de dizer que sou suspeita!!
Na verdade eu invejo esse seu dom!! (como dizem por aí, inveja boa,viu? rsrsrs se é que exista inveja boa hehe)
Te amo!!!!!!!!!!!!
bj
Mara
(Meu lado "louca por sapatos" só acharia uma pena um lindo sapato como este quebrar o salto...rs)
Gosto muito quando você escreve crônicas de experiências pessoais nesse tom tão confessional.
Por curiosidade: qual o número do seu sapato? Deve ser difícil achar salto nesse tamanho, não?
É isso. Força na peruca e um grande beijo.