Kassab, destruidor de bibliotecas

Kassab, dedo em riste, chamando um educador de vagabundo...


Minha colega Silvana Tavano, titular do simpático blog Diarios da Bicicleta , dedicado à literatura infanto-juvenil, me alertou para a uma má intenção do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Ele quer acabar com quatro bibliotecas da cidade com a desculpa de falta de público . Leiam o relato da Silvana :

"Quando as primeiras fachadas coloridas começaram a aparecer pela cidade -- resultado da reforma imposta pela queda das placas e dos outdoors-- cheguei a sentir uma certa simpatia pelo prefeito de São Paulo. Lamentável é que, a mesma assinatura que endossou o projeto "Cidade Limpa", autorize, agora, a extinção de quatro bibliotecas públicas. Só que, bem diferente do que aconteceu no primeiro caso, o Decreto 49.172/2008 foi celebrado sem nenhum alarde, pouco antes do carnaval. Por "falta de público", as bibliotecas infanto-juvenis Chácara do Castelo, Arnaldo de Magalhães Giácomo, Cecília Meireles e Zalina Rolim serão transformadas em centros de memória, cultura, convívio e que tais. Seus "acervos" serão repartidos e disponibilizados em novos locais -- como se uma biblioteca fosse simplesmente um depósito de livros. Felizmente, já está circulando na internet um abaixo-assinado liderado pelo professor Edmir Perrotti, da USP, pedindo a revogação do decreto. O Conselho Regional de Bibliotecas de São Paulo decidiu entrar na briga e pretende entregar, no dia 20/2, as listas de nomes. Para aderir, basta entrar no site, colocar nome e sobrenome e clicar em "sign the petition". Clique aqui para o link...

Bom , apesar do texto dizer que a entrega da lista de nomes ter sido em 20 de fevereiro deixei acima o endereço da petição eletrônica... e vou perguntar pra Silvana em que pé está a situação. Kassab com sua carinha de bom moço nunca me enganou. Ganhou a classe média com o projeto "cidade limpa" mas tem uma série de deslizes como esse que o descredenciam a continuar administrando a maior cidade de nosso país. Meu voto ele não tem mesmo!

Comentários

Sig Mundi disse…
Concordo com o fechamento das bibliotecas uma vez que nao ha publico suficiente para justificar os custos de manutencao. Realmente eh uma pena que as bibliotecas tenham se transformado em deposito de livros, como diz o texto. Assim como tambem acho uma pena o jovem brasileiro nao ter o habito de frequentar bibliotecas publicas... nunca conheci ninguem que me dissesse que frequentava ou frequenta essas bibliotecas. Eh logico que existem frequentadores, mas sao muito poucos...
O prefeito, como administrador da cidade, no meu modo de entender estar correto em cortar custos de algo que nao eh usado... seja uma biblioteca ou qq outra coisa. Nao sou simpatico ao Kassab, soh estou vendo o problema com os olhos de um administrador...

abcs

Arthur

*Na Russia, as bibliotecas jamais seriam fechadas, tamanha a "necessidade" de ler que esse povo tem.
Sig Mundi disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Edna Federico disse…
Eu não concordo de forma alguma com o fechamento das bibliotecas. Se não tem público que frequente, é dever dos governantes da cidade, do Estado e do país, incentivarem as pessoas a lerem. O que falta é incentivo, informação. Por exemplo, aqui em SP há algumas bibliotecas que além do acervo literário, promovem de finais de semana, peças teatrais infantis...mas, quase não é divulgado.
Eu sempre frequentei bibliotecas, lia muito. Na minha época de criança e adolescente, era um lugar que usávamos para fazer trabalhos escolares.
Anônimo disse…
a edna tem toda a razão. a solução proposta pelo kassab é a mesma do português daquela piada, que chegou em casa e deu de cara com a mulher dele transando com outro cara no sofá da sala. solução? vendeu o sofá. o kassab, fechando as bibliotecas, na verdade se exime da responsabilidade (que passa, SIM, pelo estado) de fomentar a cultura. não tem gente na biblioteca? ele que ponha a cabeça e a máquina municipal pra funcionar e arranje os meios pra levar público às bibliotecas, ué. não gosto dele, acho um almofadinha idiota que precisa sair do armario em todos os sentidos (politico, sexual, etc...)
Ricardo Soares disse…
prezado arthur... veja como seu raciocínio é contraditório... ao mesmo tempo que vc concorda cm kassab em fechar as bibliotecas vc diz que na russia elas nunca fechariam tamanha a "necessidade" que o povo tem de ler...pois aí entramos na questão abordada pela edna e pelo marcinho : cabe sim ao poder público fomentar o gosto pela leitura na população para criar nele uma "necessidade" igual a dos russos...biblioteca existe para incentivar leitura,promover o encontro entre livro e leitor e não ser transformado nesse santuário careta governado por funcionários públicos ignorantes e burocráticos que afastam sobretudo a molecada da leitura... e , só para seu conhecimento : acho que nunca falamos sobre isso mas eu fui um frequentador assíduo de bibliotecas nos anos 70 quando não tinha grana para comprar livros... frequentei sobretudo a biblioteca infantil monteiro lobato que fica na rua general jardim, vila buarque, centro de são paulo... ali, apesar de ser um antro dominado por velhotas caretérrimas naquela epoca, eu e um grupo de adolescentes tomamos parte ( e depois o poder) na academia juvenil de letras que foi o início de toda a minha acidentada carreira no mundo da palavra... acho que só isso basta para justificar a manutenção das bibliotecas né não ???

de mais a mais pensar como administrador também é pensar como um humanista... e um humanista não fecha bibliotecas...abs do seu nada azedo sogro...
ricardo
ps. ou será que sou azedo e não assumo ???


edna e marcinho... a resposta a vcs está embutida na resposta ao arthur...
Anônimo disse…
Sig, não posso deixar de perguntar: será que, antes de serem abandonadas pelo público, as tais bibliotecas já não haviam sido abandonadas há muito tempo pelas autoridades? Como se explica, então, o interesse e a freqüência desse mesmo público no também extinto programa "O Escritor na Biblioteca"? Enfim. Não posso concordar com sua posição mesmo tentando pensar do ponto de vista do "administrador", não, ao menos, do que imagino ser um administrador competente.
Ricardo: até a última quinta-feira, dia 21, 3 mil pessoas tinham assinado o pedido de revogação do tal decreto, mas o documento não tinha sido entregue às autoridades. Vou entrar em contato com o professor Perrotti para saber em que pé estão as coisas e dou notícias em breve.
beijo, Silvana
Ricardo, meu caro ex-professor!
Que bom você ter colocado a discussão no seu blog. Eu tenho um, chamado Ler Pra Crescer (www.lerpracrescer.globolog.com.br), um blog para pais de filhos pequenos, e lá falo muito sobre bibliotecas.
Coincidentemente eu havia colocado um post quando a Silvana me contou sobre a notícia do professor Edmir Perrotti. Por outra coincidência um tanto bizarra, uma das unidades a serem fechadas é justamente a que eu freqüentava quando criança.
Enfim, é triste alguém achar que esta é a melhor decisão. Poderíamos ampliar: "bom, se eles não lêem, é melhor tirarmos todos os livros de circulação". E por que será que há tanta gente séria envolvida em iniciativas de incentivo à leitura? E, pasmem: muitas delas são justamente a ABERTURA DE BIBLIOTECAS. Não é bizarro?
bjs tristes
Cris Rogerio
Anônimo disse…
Já vi mais de uma vez quadros em jornais de comunidades carentes exigindo a re-abertura de bibliotecas que foram fechadas. Os burocratas tem uma enorme facilidade de destruir as coisas muito antes de tentar saber se o que eles estão fechando podia ser reformulado e concertado para se adequar as suas funções. É realmente triste ver esse erro sendo cometido novamente.
Anônimo disse…
Vão me desculpar todos os comentaristas, a quem respeito, mas isto aqui está parecendo o samba do crioulo doido:

Mundi (a outra parte da dupla),
exceto sua opinião, sou obrigado a concordar contigo, embora suspeite que os gastos representados com as bibliotecas sejam irrisórias e irrelevantes para o terceiro maior orçamento público do país.

Edna e Márcio,
daqui a pouco vocês vão propor uma lei obrigando as crianças a frequentarem as bibliotecas, péra lá, gente!! E Márcio, a solução que você sugere, equivale ao portuga mandar instalar um sofá bem desconfortável e precário, para que sua santa esposa não se sinta tentada a lhe colocar novos adereços na cabeça...

Ricardo,
quer dizer que fomentar o hábito da leitura significa plantar bibliotecas públicas, sem critério nem eficiência alguma, e esperar que, por graças dos deuses, a população resolva gostar de ler? O buraco é mais embaixo, amigo: me diga se as escolas públicas municipais em Sampa são bem equipadas de bibliotecas; se os professores de Português e Literatura são capazes; qualificados e bem pagos; se existem "clubes literários" nas mesmas escolas... Mas concordo que um humanista não feche bibliotecas, mesmo que sejam para as moscas se ilustrarem; agora, você não está pedindo muito pra esse Kassab aí não? (aliás, vocês paulistanos, para elegerem prefeitos, putz heim?)

Silvana,
você garante que foram critérios técnicos o que norteou a construção das bibliotecas? Ou foi só mais uma obrinha eleitoreira?

Cristiane e Bob,
também me entristece ver bibliotecas sendo fechadas, mas os livros não serão extintos, fiquem despreocupados. Pelo menos enquanto mantivermos a liberdade de expressão e imprensa nos nossos costumes políticos.


Pluft, o fantasminha viciado em (boa) leitura.
Anônimo disse…
Um bom exemplo de fomento à cultura de um modo geral, foi dado esse ano pela França, que anunciou a adoção de entrada grátis por seis meses, em museus nacionais, incluindo o Louvre e o Dorsay. O objetivo é justamente popularizar a cultura. Veja, estamos falando da França, um povo que já tem o hábito da leitura e do mundo das artes, no entanto, a administradora do ministério da cultura diz que quer atrair mais os jovens franceses, e não apenas turistas.
Vendo só pelo lado administrativo da coisa, essa ação seria um tremendo equívoco, considerando a alta demanda de turistas em museus franceses, e o "prejuízo" de 320 milhões de dólares com o não pagamento das entradas. Que será, segundo a administradora, custeado pelo próprio governo e por doações.
Na Grã Bretanha aconteceu o mesmo. Desde que deixaram de cobrar em museus ampliou-se em mais de 60% as visitas.

Aqui, realmente, a questão toda é falta de fomento, que cabe sim ao poder público. Mas, povo "burro" é fácil de manipular... então, por que não economizar fechando as bibliocas?

beijos.
Anônimo disse…
pluft: a maioria dos paulistanos (eu não!) elegeu o serra. acontece que o vampiro, apesar de ter jurado que cumpriria o mandato até o fim, largou a prefeitura na mão do vice; e não entendi o lance do sofá do português, já que não propus solução algua. apenas disse que é sim, obrigação do poder público fomentar a cultura. e obrigar as crianças a frequentar bibliotecas não seria necessário, se souberem criar e manter bibliotecas 'vivas' e interessantes. as crianças (e adultos) as frequentariam naturalmente
Acho que "lógica pública" e "leitura" não são assuntos restritos a perspectiva do administrador. Quem estuda a leitura a fundo, e quem lê a fundo, sabe que o processo de leitura é uma coisa muito mais ampla e inadministrável.
Leitura se fomenta, ao meu ver, de duas maneiras: priorizando o que é público em relação ao que é privado, na medida em que a leitura é um "sair de si" (poesia não é mero devaneio, meus caros administradores...); e avaliando a questão sob uma perspectiva de entrecruzamento entre os setores sociais. Fiquei sabendo de uma média estarrecedora, outro dia, na pós-graduação: as crianças chegam na escola já tendo assistido 4000 horas de TV. Pior que isso é O QUE elas assistem nessas 4000 horas. Não seria uma pista para o desinteresse delas pela leitura? Não seria, também, uma pista da ignorância dos homens "públicos", de que fala o Ricardo, em não alterar a lógica televisiva de nosso país, diante do fato de que a televisão, por ser concessão pública (!!!), deveria atentar prioritariamente para os interesses nacionais, e não privados (as empresas de desenhos animados e os "administradores" de carreiras como a dessa tal de Xuxa, que acabou com umas duas gerações desse país)? Ou a Constituição não vale de nada mesmo??
Anônimo disse…
Ricardo

Volta e meia fico sabendo de mais um ex-frequentador da Monteiro Lobato.Sou um "pouco muito" mais velha do que você,mas sei de gente mais velha ainda,e de outros bem mais jovens,de uma forma ou de outra agora envolvidos com literatura, que guardam com carinho a lembrança da Monteiro. Há pouco tempo atrás, participei do projeto "O Escritor nas Bibliotecas", da Secretaria Municipal da Cultura.Foi emocionante retornar àquele lugar, conversar sobre livros com as crianças,às vezes com uma estranha sensação de estar falando com certa menina que fugia de casa, descia a Major Sertório correndo em direção à Biblioteca... Através do mesmo projeto, conheci diversas outras bibliotecas infantis de São Paulo: mal-tratadas, caídas,sem equipamento adequado,com falta de funcionários, de tudo.É claro que também faltava público.Tanto eu como outros escritores participantes do programa voltávamos dos encontros entristecidos por conta desse descaso, mas também esperançosos, acreditando que a situação estava para mudar. O projeto parecia um bom sinal! Infelizmente estávamos enganados. Melhor dizendo:fomos enganados...
Para os "administradores",só uma sugestão: feche-se a Secretaria da Cultura,boa maneira de cortar custos de coisa que não é usada(ao menos para o que se destina).
May Shuravel
Anônimo disse…
Ricardo

Volta e meia fico sabendo de mais um ex-frequentador da Monteiro Lobato.Sou um "pouco muito" mais velha do que você,mas sei de gente mais velha ainda,e de outros bem mais jovens,de uma forma ou de outra agora envolvidos com literatura, que guardam com carinho a lembrança da Monteiro. Há pouco tempo atrás, participei do projeto "O Escritor nas Bibliotecas", da Secretaria Municipal da Cultura.Foi emocionante retornar àquele lugar, conversar sobre livros com as crianças,às vezes com uma estranha sensação de estar falando com certa menina que fugia de casa, descia a Major Sertório correndo em direção à Biblioteca... Através do mesmo projeto, conheci diversas outras bibliotecas infantis de São Paulo: mal-tratadas, caídas,sem equipamento adequado,com falta de funcionários, de tudo.É claro que também faltava público.Tanto eu como outros escritores participantes do programa voltávamos dos encontros entristecidos por conta desse descaso, mas também esperançosos, acreditando que a situação estava para mudar. O projeto parecia um bom sinal! Infelizmente estávamos enganados. Melhor dizendo:fomos enganados...
Para os "administradores",só uma sugestão: feche-se a Secretaria da Cultura,boa maneira de cortar custos de coisa que não é usada(ao menos para o que se destina).
May Shuravel
Sig Mundi disse…
O negócio aqui está bom, hein!?

Eu não sou a favor de fechar, mas também não adianta ela existir pra ninguém usar.

Hoje tem um post no Sig Mundi, que de certa maneira me causou grande inveja. Eu não me lembro nunca de ter visto essa iniciativa no Brasil. Posso estar errada, mas não me lembro.

O que mais me impressiona aqui em Moscou são as livrarias! São sempre lotadas, e com gente comprando livros. Eu moro em frente a uma grande livraria, e o movimento é intenso. Tem dia que tem gente na porta esperando abrir!

Infelizmente, no Brasil não existe a cultura da leitura. Os jovens já pegam "bode" de livros quando tem que ler para as aulas de português! E a outra desculpa é de que é caro. As vezes penso que as pessoas nem tem a consciência de que tem biblioteca pública, só conhecem biblioteca de escola.

É mais fácil a ação de fechar do que a de mover pessoas para a leitura. Concordo com a K, na falta de fomento...

bjs, andrea

tudo democraticamente... rsrsrs
Blogildo disse…
Eu não tenho informações sobre a freqüência às bibliotecas paulistas. Mas acho o princípio correto: Se não tem público, melhor fechar. O contribuinte está pagando para o governo manter uma estrutura que não é utilizada. É dinheiro jogado fora.
Imagine que uma escola da prefeitura, por uma razão qualquer não causada pelo estado, tenha o número de alunos reduzido a tal ponto que há mais funcionários que alunos. Qual seria a atitude sábia? Ora, fechar a escola.

Se realmente não tem público, a biblioteca tem de fechar.
Ricardo Soares disse…
bom , muito bom ... quando postei a questão das bibliotecas aqui no blog não imaginava que fosse render tanto pano pra manga... fiquei feliz com o retorno , sinal que os amados leitores/amigos/colaboradores se importam com o tema mais do que eu poderia prever...apareceram até ex-alunas aqui como a cris rogério... que bom!

como fica difícil responder de um por um responderei em geral apenas para reiterar meus pontos de vista enquanto aguardo que a silvana tavano me conte o que foi feito da lista e quais serão as próximas ações do grupo comandando pelo professor e escritor edmir perroti que luta contra o fechamento das bibliotecas...

o marcelo coloca uma questão interessante : as tvs são concessões públicas mas não se preocupam em educar... educação não é chatice e com o talento de alguns profissionais de tv poderia ser bem legal ver mais programas educativos que não falam "pedagogês"... alguns deles poderiam sim incentivar o hábito da leitura ... aliás esse é um desafio que eu e o ziraldo estamos (juntos com a direção da tv brasil)tentando levar adiante ... vamos ver se conseguimos formatar um programa para crianças que incentive esse hábito...

a questão do fomento levantada pela k.(incompletudes) e referendada pela andréa também me parece um ótimo exemplo a ser copiado... o exemplo francês é muito ilustrativo...

may shuravel lembra que várias gerações frequentaram a monteiro lobato e que muitos escritores se entristecem em ver o péssimo estado que se encontram as bibliotecas por aí... eu , anos atrás, tb participei de um programa desses ( escritor nas bibliotecas) e voltei desalentado em ver o panorama das bibliotecas públicas... o principal é que as politicas públicas deveriam parar de sacralizar o livro e torna-lo acessível...

isso posto meu caro pluft eu não disse que as bibliotecas públicas devem ser instaladas sem critério... ao contrário devem ter muito critério e terem atrativos para seduzir levas e levas de leitores...só lembrar que o mesmo departamento de bibliotecas infanto -juvenis de sp que gere a monteiro lobato foi chefiado em priscas eras por mário de andrade! se colocarmos gestores do ramo e com um pouquinho de grana à frente disso garanto que a coisa anda...mas colocar velhinhas burocratas e acadêmicos empolados à frente disso não vai resolver não...

bob... o meu medo é esse... fechar pra depois fazer movimento pra reabrir...

quanto ao arthur e ao blogildo continuo repetindo... fechar , sem reconsiderar e incentivar,sem tentar eu acho uma péssima política publica...

esperemos para ver no que vai dar...
Sig Mundi disse…
Ricardo

Meu pensamento nao eh contraditorio... fecha se nao tem publico e o custo de manutencao eh alto (Brasil), nao fecha qdo ha muitos frequentadores e os custos sao justificados.

E, sem querer sem antipatico ou deselegante, mas a diferenca de 20 anos que existe entre nos talvez seja o periodo onde a frequencia das bibliotecas publicas tenha caido tanto. Da minha gerecao, nunca conheci ninguem que frequentasse... e acho muito dificil que um jovem de hj saiba dizer onde fica uma biblioteca municipal. Eh fato... pergunte ao seu filho, por exemplo, entre a turma dele, quem eh frequentador...

Concordo que o governo falha ao nao incentivar... mas aih nao eh transferir toda a responsabilidade da educacao para o Estado? E os pais, nao deveriam incentivar os filhos a frequentar bibliotecas ao inves de ficarem na rua ou fazendo sei lah o que? Eh sempre facil transferir a culpa....

Na minha opiniao o prefeito estah totalmente correto em fechar as bibliotecas se nao ha frequencia.

E ninguem vai colocar na minha cabeca que eh dever do Estado incentivar a leitura nos jovens...

abcs

Arthur (posso comecar a azedar, hein? rsrsr!)
Anônimo disse…
Márcio, Ricardo e Marcelo,

Aposentei esse personagem, criado para mim, pelo Marcos Rocha. Boiola demais...

Márcio,
sei muito bem quem foi eleito na última eleição municipal em Sampa. Aliás, contrasta bastante o perfil do ex-prefeito e atual governador, com os Pittas, Martas, Malufs e Erundinas, antecedentes.
Bem, a metáfora, usada primeiro por você, é auto-explicativa.
Lamento discordar mais uma vez, mas nem com uma biblioteca por pessoa creio que vá conseguir incutir o gosto da leitura nas pessoas. É de "berço" e estímulo muito mais precoce.

Ricardo,
bons tempos, heim? Quem é o famoso atual ministro da educação, mesmo?
Continuo achando que o problema está na escola e não na biblioteca.

Marcelo,
lá vamos nós, again... Não confunda "público" com "estatal". Uma TV privada pode ter função pública e uma estatal nenhuma (nem pública nem nenhuma função mesmo), como aliás, é o usual.
O grosso das TVs comunitárias, dos Estados, municípios e poderes legislativo e judiciário são puro trash, ruins como a Xuxa. A única diferença é que custam aos cofres públicos, inclusive para os tradicionais "desvios".
Há exceções; respeitáveis. A TV Cultura e a TV SENAC são exemplos meritórios. Mas sempre que um político puder mandar em meio de comunicação, meu caro, perde a democracia.
rm:
Não confundi estatal com público, até por que sei bem a diferença entre ambos. A questão é que a avaliação da validade da programação tem que ser feita pelos governantes, que pretensamente nos representam. Insisto: a TV é concessão pública. Não é assim, de qualquer escroto, por mais rico e influente que seja, ganhar o direito de veicular qualquer bosta pras pessoas. Tem que mostrar serviço, meu caro. E é bom não esquecer: a lei da concessão pública é constitucional, portanto, uma intervenção do governo na globo, por exemplo, seria legítima (pra não usar essa palavra - "democrática" -, que eu acho bastante enganosa...).

Agora, vamos analisar sua frase: "Uma TV privada pode ter função pública e uma estatal nenhuma (nem pública nem nenhuma função mesmo), como aliás, é o usual". O engraçado é que você diz que a TV privada pode ter função pública e não dá exemplo. Não dá por que é muito mais difícil argumentar a favor disso. É muito pouco usual, isso sim. Além disso, você não cita a TV Brasil, que tem uma programação alternativa interessante, com documentários, programas sobre a vida indígena, debates políticos e programas sobre literatura e cinema. O problema é que a TV Globo criou, a partir de suas articulações políticas (especialmente os crimes de influência cometidos pelo Sarney, queridinho do Lula e da direita, no final de seu governo, quando saiu espalhando concessões da Globo para todos esses caciques do tipo ACM, Collor e cia ltda) e conjunturais, uma estética extremamente limitada, que é seguida por todos, no afã da audiência como base. É uma questão longa, e seria demorado explanar algo a respeito disso, mas vale deixar a questão para que você reflita com seus botões.

Uma última coisa: nos comentários endereçados ao Marcio e ao Ricardo você diz que primeiro o problema está no berço, para depois dizer que está na escola. Afinal, onde está o problema? Sugiro uma resposta: o "berço" é tudo que vem antes da escola. As babás hoje são os programas de auditório... captou?

Abraço
silvana tavano disse…
Continuo esperando um retorno do professor Perroti... Dou notícias assim que souber em que pé andam as negociações com as autoridades.

Enquanto isso, no planeta Brasília...
o ministro Gilberto Gil declarou que o Ministério da Cultura vai instalar 631 novas bibliotecas no país ainda este ano. A nota que li dizia que "também estão previstos repasses de recursos para investir em bibliotecas em situação precária".
É mesmo difícil entender política pública no Brasil, não?
Só um animal faria algo assim, depois de uma Lula, temos um Jumento no poder. Quer dizer, jumento naum neah? Não gosto de ofender a classe.
Anônimo disse…
E Mário de Andrade deve estar se revirando no túmulo.Não só por ver o triste fim de quatro bibliotecas públicas(e não se enganem: Kassabs, Calils e Quejandos não vão parar por aí: há mais o que destruir).É desanimador constatar que parte da juventude dita esclarecida, bem informada, CONCORDA PLENAMENTE com essa demonstração de barbárie.Talvez um sintoma do lamentável estado em que se encontra a educação neste país.Uma pena.
abraços
May
Anônimo disse…
Mais uma resposta ao Marcelo:

Prezado,

1) "(...) a avaliação da validade da programação tem que ser feita pelos governantes, que pretensamente nos representam."
Pelos governantes, Marcelo? Que tal aquela negona que se esbaldou com os "cartões corporativos"? Quem sabe o Zé Dirceu ou aquele cara do top-top?
Não prezado, não quero governante nenhum avaliando o que eu assisto, não uso fralda nem tomo mais mamadeira...
Apesar de ser uma concessão pública é atividade essencialmente privada, não-estatal, que deve ser feita, predominantemente, pela e para a sociedade civil (vai querer que eu explique também essa terminologia, não né?).

2) Prezado, sempre que um meio de comunicação cumpre função educativa, cultural ou informativa, presta ele um serviço ao público, cumpre uma função pública. Até as TVs comerciais estão cheias de exemplos, tenho certeza que os conhece (eu é que conheço pouco, praticamente não assisto TV).
Quanto à TV Brasil, não posso opinar, moro em BH e o sinal não é disponível aqui. Sei que há gente boa envolvida, cito duas pessoas que conheço bem: Antônio Delfim Neto e Luís Gonzaga de Mello Belluzzo que fazem parte, salvo engano, do conselho superior da instituição. Espero que o pensamento equilibrado e lúcido de ambos sirva de norte para os que executarem os trabalhos. E a distinção aqui é mesmo entre público e estatal.

3) Concordo contigo quando aponta vários políticos (e bandidos) como detentores dessas concessões. Também gostaria, pelos motivos que indiquei anteriormente, que lhes fossem tomadas; mas, dentro da lei e do estado democrático de direito.

4) Sobre "berço" e escola, digo que o problema está em ambos. De "berço" chamo a educação pré-escolar, dada pelos pais (não pelas babás). Se os pais não são leitores é muito improvável que criem filhos leitores.

Abraço, Roney
per online disse…
Recentemente desalojaram o espaço
bibliografico criado pelo Prof Aziz Ab´Saber junto à Praça Monteiro Lobato alegando que necessitavam da área para outros fins,
é um local na Conselheiro Crispiniano prox 'a Av.S.João abandonado pelo poder publico, e funciona como estacionamento de carros velhos de não sei quem.
Este acervo ele coletou em
campanhas, ajudou a selecionar e organiza-los pra que as pessoas carentes tenham facilidade à leitura.
Este seu esforço foi pela importância que deposita na educação e cultura.
Sig Mundi disse…
Prezada May

Pra mim o que é pior é a HIPOCRISIA dos que defendem o funcionamento das bibliotecas e não as frequentam (estão sendo fechadas por falta de frequentadores).

Faça uma pesquisa com alunos de escolas públicas, que mesmo qdo têm o incentivo para a leitura, não vão até as bibliotecas pq precisam pegar um ou mais ônibus para chegar lá. Isso é fato!

Pergunte também aos jovens que até têm condições de um transporte particular, mas que não vão pq preferem escutar seus Ipods e jogar seus Playstations. Também é fato!

É fácil defender a manutenção de bibliotecas por estarem relacionadas a cultura.É bonito mostrar para os outros que assim você se importa com a educação. Talvez isso só faça bem mesmo para os de EGO INFLADO.

Não é pq muitos consomem livros e livros com frequecia, que toda a população brasileira deve fazer o mesmo. Nem todos têm as mesmas oportunidades. É preciso entender as diferenças... e respeitá-las.

Arthur
Caríssimo rm:

Ora, quando eu falo em governantes que nos representam, estou falando dos eleitos. Ministro não é eleito, é nomeado. E quem disse que um péssimo governante contradiz a minha afirmativa? Ele apenas é péssimo porque não cumpre a constituição. O seu argumento foi simplesmente nulo. Apresente algum melhor, ou não escreva...

Você entende público, privado e estatal como entende uma chupeta... da forma mais rala... já sugeri em outras oportunidades: entre no barato de avaliar as entrelinhas, meu caro... senão, vai ficar repetindo frase feita...

Agora, você dizer que a TV comercial está cheia de exemplos de iniciativas públicas... é o fim. Você deve ser daqueles que acham que devemos ser "amigos da escola", porque o dinheiro que continuamos a pagar nos impostos não vai pra educação, porque é abocanhado pelas grandes redes de televisão com propaganda... Mais uma inocência "mamadeiresca"...

No seu tópico 3, a palavra "mas" é uma pequena rebeldiazinha, que, entretanto, a quem leia, não vai denotar que eu disse o contrário. A única coisa em que discordamos, e isso é verdade, é quanto a pureza da palavra democracia, que você usa a torto e a direito, sem um embasamento preciso (leia um pouco sobre "Indústria Cultural" e "Sociedade de Massas", e vai entender que democracia é um mito. O "povo" - que já virou massa há muito tempo - não manda nada, meu caro...).

E por último, essa frase, "De "berço" chamo a educação pré-escolar, dada pelos pais (não pelas babás)", mostra que você desconhece (ou fecha os olhos) para a profunda crise que a família pós-moderna passa, com a grande maioria dos pais não tendo tempo e nem estrutura para educar seus filhos, e a função promordial da televisão nesse processo. Mais uma sugestão de leitura: o livro "Cabaré das Crianças", do Gilberto F. Vasconcellos, no qual ele coloca a questão da Xuxa como formadora de uma geração inteira de adolescentes boçais e consumistas no nosso país - com as devidas exceções que confirmam a regra.

É isso.

Abraço
Quanto ao comentário do Arthur, concordo plenamente com a questão dos I-pods e playstation... O fato é que a tecnologia como ideologia deve ser profundamente pensada no caso brasileiro. É o que está nos atrasando em termos históricos...

Abraços
Anônimo disse…
Prezadíssimo Marcelo,

Não falastes anteriormente em "governantes eleitos", pequeno lapso que relevo. Entretanto me faz supor que governantes sejam apenas os "eleitos". Entendi bem ou moramos em países diferentes? Vários ministros de Estado são parlamentares "eleitos"; nesse caso não teriam "representatividade"?

Sua afirmativa não precisa ser contraditada, encerra em si mesma o paradoxo do autoritarismo que você mal consegue disfarçar. Quanto a escrever, meu caro, não preciso de sua licença, muito menos de seu aval (e isto, meu jovem professor, só é possível em sociedades democráticas, entenda essa expressão como quiser).

Fique nas entrelinhas, prezado, mantenho-me muito bem com minha chupeta. Só não se esqueça que entre as linhas também está o espaço vazio de alguns de seus argumentos.

Não creio que o dinheiro destinado à educação seja desviado para publicidade em órgãos de comunicação. Se você entende dessa forma deveria fazer uma denúncia pública. Por outro lado, sabe-se muito bem que recursos que poderiam ter destinação mais apropriada perdem-se no ralo da incompetência e ladroagem de certas ongs especializadas em "educação".

Dispenso suas recomendações bibliográficas, prezado. Prometo, em troca, também não fazê-las. Quanto ao conceito de democracia, tenho certeza que a maioria dos leitores desse blog a entendem como eu.

Minha mulher e eu trabalhamos, meu filho nunca teve babá. Atualmente com onze anos ele é um "consumidor" voraz de livros. Minha experiência é mesmo muito restrita. Qual é a sua?
Prezado e Caro rm:

A cobrança do que faz um parlamentar eleito cabe ao eleitor. Quanto ao ministro, a história é outra. Se aparece uma idiota como essa dos cartões corporativos, quem deve responder é o presidente, porque foi ele que a escolheu. Pô, você realmente é difícil de entender as coisas hein...

Não sou autoritário, muito pelo contrário. Só que também não sou inocente a ponto de achar que liberdade e livre iniciativa são duas idéias puras. Quem tá no poder, meu caro (e eu não estou falando dos governantes...), não faz concessão à toa. Se você, na sua vã inocência, acha mesmo que a tal da livre iniciativa (a qual eu contraponho o socialismo, e não qualquer forma de autoritarismo - aliás, a livre iniciativa não é mais que uma ditadura da bagunça...) resolveu os problemas da esfera pública brasileira, é porque nem jornal lê direito... Não está vendo o caos onde estamos nos metendo? Ou você acha que o bolsa-família é mais um dos excelentes remendos de algum economistazinho da Fundação Getúlio Vargas?? (aliás, coitado do Vargas... não tinham um lugarzinho melhor pra homenageá-lo, não? A casta dos pensadores colonizados do Brasil reside neste antro ideológico). Ah... mas esqueci que você prefere os tais "indicadores econômicos"... a realidade transcende - e muito - esses números fajutos, meu caro. Basta abrir os olhos...

Se você não precisa de licença, nem de aval pra escrever, então não faça piadinhas do tipo "só respondo com bons argumentos" e tal, porque dá no mesmo. Sua retórica denota a olhos atentos - que você é o autoritário da jogada, meu caro..

Mas, devo confessar: Concordo plenamente com os 'espaços vazios'. Dessa vez, você acertou em cheio. Essa discussão é como um tabuleiro de damas: há os espaços em branco, com minhas reflexões, que sempre se rearticulam; e há os espaços pretos, que são seus comentários, verdadeiros lutos conceituais, na medida em que só fazem repetir as informações toscas da grande mídia, e um ou outro conceitinho neoliberal, que mostram sua matriz teórica extremamente colonizada.

"Não creio que o dinheiro destinado à educação seja desviado para publicidade em órgãos de comunicação. Se você entende dessa forma deveria fazer uma denúncia pública". Ora, meu caro... se você não acha isso, basta olhar os próprios dados oficiais que tanto gosta. O governo tem por obrigação constitucional gastar 9% do PIB com educação; gasta só 3,5%. Entretanto, gasta muito mais com propaganda, números que, em ano de campanha então, chegam a patamares absurdos.
Quanto a denúncia pública, isso já foi feito por gente séria da própria política partidária (do PSol, mais precisamente). Cabe ao crítico sustentar o debate.

Quando você fala das Ongs, vai no fio da meada, sem o saber. Você sabe como nasceram as Ongs, caríssimo? Não? Pois é... nasceram justamente como mecanismo ideológico para repassar, especialmente no terceiro mundo, as obrigações do Estado para a tal sociedade civil (enquanto o Estado vai sendo transformado, cada vez mais, em braço direito do grande capital). A grande questão é: continuamos a pagar cada vez mais impostos. O que gera a conclusão óbvia de que a Ong é uma bravata semântica em si mesma. A "sociedade civil" já faz o seu papel, ou seja, pagar os impostos. O lance é que, como temos gente no governo completamente vinculada aos capitalistas estrangeiros, às bolsas de valores e aos tais "investidores" externos (gente que só fica aqui sugando, e nem imposto paga), essa balela de Ong continua. Eu não contribuo com Ong, porque já pago meu imposto. O povo que aprenda a votar certo, e não a ficar repetindo, em época de eleição: "pô, não vou votar no fulano por que não vai ganhar mesmo... é só olhar as pesquisas...". Aliás, nos próprios EUA - que eu nem considero tão maduros politicamente assim (basta pensar na eleição fraudulenta do Bush) -, as pessoas mentem para os institutos de pesquisa, porque sabem que isso não funciona... mas enfim...

Quanto ao conceito de democracia, duas coisas:
1º: o sintoma histérico é pensar que adivinhamos o pensamento dos outros. Menos histeria, rm... deixe os leitores do blog manifestarem suas opiniões.
2º: Se fosse assim, como você diz, e se 'maioria concordar' fosse um argumento sério, não dava nem pra você falar mal da Xuxa, como fez há pouco... Aliás, o argumento de que a maioria concorda é bem ditadorzinho, né não? Não tinha um melhor, não??

Quanto ao seu comentário sobre sua experiência, mostra que você realmente é muito restritivo. O seu comentário que eu critiquei foi um comentário sobre a lógica pública e não sobre exemplos particulares. Na mesma crítica, fiz a ressalva (é só ir lá pra ver): "salvo exceções que confirmam a regra". Então, meu problema não é com a vida privada de cada um; é com a conjuntura pública, que mostra, a olhos atentos, que o número de leitores vem diminuindo proporcionalmente ao avanço da televisão no Brasil. Só não vê quem não quer, meu caro.

E, mesmo que não interesse ao debate, vale dizer que minha experiência já está colocada em outro comentário: percebi, bastante cedo, que ler uma corrente só não traz olhos maduros sobre o mundo. O especialista (e há vasta bibliografia crítica sobre esse tema - inclusive tenho um trabalho acadêmico sobre o assunto... se desejar lê-lo, é só falar...) é a grande balela acadêmica de nosso tempo: sabe muito de um pouco, e quase nada sobre o todo. Portanto, se eu posso resumir minha experiência, diria que é a humildade suficiente para não parar de ler, só por que conheci dois conceitos de um autorzinho famoso. Prefiro os discursos dos vencidos e a reflexão.
Anônimo disse…
Prezado,

a exemplo do que você fez no blog da Andrea, encerro minha participação nesse post. Por outros motivos: considero que tenham sido ultrapassados os limites razoáveis da civilidade, boa educação e bons costumes. Porque bom-senso, nunca esperei de você.

Ainda assim, julgando-as obtusas, arrogantes e mal formuladas; respeito suas opiniões.

Peço desculpas ao blogueiro, aos seus leitores e a você se, eventualmente, sentiram-se ofendidos por opiniões por mim aqui defendidas.

Agradeço e desejo boa sorte.
Meu caro:
"Bom-senso" é uma expressão ambígua. Tanto pode denotar civilidade, como pode denotar, no que tange ao processo crítico, que a pessoa fica no que já tá dito.
Se pensarmos na civilidade, os dois passaram do bom-senso. Você soltou ironias, eu também. Caso alguma tenha causado mal-estar, foi no afã da discussão, e peço desculpas a quem tenha se sentido ofendido.
Mas, se pensarmos na questão da posição crítica, poderemos observar que um crítico não pode ter "bom-senso". Se os caminhos do sistema estão sendo criticados, é justamente porque se configura uma espécie de 'non sense'. O crítico precisa ser um pouco 'non sense', justamente para buscar transcender o que já foi dito, para enxergar o que ainda não foi colocado. Nesse segundo caso, nunca espere bom senso da minha parte. Não faço pacto com certezas absolutas.

Respeito sua opinião sobre as minhas. Mas discordo dos adjetivos. Claro...

E agradeço ao Ricardo, que mais uma vez teve paciência com esses posts intermináveis, e aos leitores eventuais do debate.

Boa sorte a você também.
Ricardo Soares disse…
mesmo com os ânimos exaltados blogs abertos e democráticos existem justamente para isso... mesmo pra ocultar aqueles que canalhamente se travestem de anônimos e não tem coragem de emitir suas opiniões o que não é o caso , evidente, dos contendores ...abs e desfrutem do espaço
Valeu, Ricardo.
Ficaram um pouco exaltados os ânimos, mesmo.. faz parte.

Abraço
Anônimo disse…
Prezado Arthur
Computador pifou, demorei. Sem querer botar lenha(nem bibliotecas) na fogueira, vamos lá, pra terminar, e começando pelo fim:
Você diz ser necessário respeitar as diferenças, e eu concordaria plenamente se você estivesse falando de diversidades raciais, éticas, religiosas, etc. Acontece que você se referiu à "diferença de oportunidades", e aí a conversa é outra.Ou melhor, é a mesma, levando em conta que a questão das bibliotecas tem muito a ver com essa diferença.
Para a grande maioria dos alunos de escolas públicas o preço de "um ou mais ônibus" pode mesmo impossibilitar a ida a uma biblioteca distante.E sem falar no tempo que se dispende(lembrando também que estamos falando de bibliotecas infanto-juvenis:crianças precisam de um adulto para acompanhá-las).Tá, isso é apenas um detalhe: essas crianças, esses jovens, nem mesmo sabem da existência das bibliotecas, muitas vezes nem seus professore, vítimas eles mesmos da desigualdade de oportunidades.Tá, isso é outro detalhe.Imagine-se então, uma criança, um jovem, um E.T. que conseguiu chegar até lá: o que vai encontrar? Um depósito de livros mal conservado e mal equipado, funcionários desmotivados, poucos, acervo em grande parte indisponível, atividade cultural nenhuma, orientação zero. Você voltaria a esse local? Nem eu. Nem por isso acho que o melhor é fechar sua portas de vez.Prefiro pensar em revitalização, partindo do princípio, inclusive, que bibliotecas não são apenas balcão de empréstimo de livros, que devem ser local de convívio, de debates, de troca de experiências de leitura, de pesquisa orientada, de fruição e produção de cultura; com bons equipamentos, acervos renovados,funcionários capazes na quantidade necessária e suficiente para bem fazr seu trabalho. Biblioteca viva, para que até você, eu e outros que podem comprar livros na internet, nas melhores livrarias, nos sebos mais simpáticos,tivéssemos motivos e vontade de levar nossos filhos e netos.
Vou me adiantando: não acho que é querer demais...
Concordo com você, quando diz que é fácil defender o funcionamento das bibliotecas. Difícil é se fazer ouvir, principalmente por quem decide, ao seu bel-praze, o destino das mesmas.E fico feliz em saber que você acha bonito se importar com a educação, tomara nossos dirigentes também achassem.(Claro que notei ironia em sua afirmação( sou tão sagaz...), mas para impressionar o povo costumo me valer de truques baratos e dos meus indescritíveis encantos)
Arthur, ironias à parte, acredito que você está sendo sincero em suas opiniões, e mesmo corajoso.Você pode também acreditar que não é por hipocrisia que eu e outros protestamos contra o desmanche das bibliotecas: é por convicção.A questão não é "quem é falso, quem é verdadeiro", o buraco é mais em cima: a divergência profunda entre quem execra e quem exalta a dita "diferença de oportunidades". Aí estamos mesmo em lados opostos. Estou velha demais para ser convencida a mudar de posição; já você, quem sabe...
Gostaria mesmo é de ver esta e outras discussões fervendo em uma sala de biblioteca pública, cheia de jovens dando suas opiniões, palpites, sugestõe, defendendo suas idéias.Acredito que ainda vou ver, um dia.
É só.
Fique com Gogol, que Tolstoi te proteja. Do frio.
abraço caloroso da
May Shuravel
Anônimo disse…
No minimo o Kassab é um adepto do LULA, quanto mais o povo for analfa e ignorante, para eles é melhor pois fica mais facil manipular e ganhar votos de pessoas que não possuem cultura. Obs. Alem de praticar um crime contra a cultura, fechando as bibliotecas o anomalo prejudicou milhares de condominios antigos, que eram restaurados com o dinheiro advindo do espaço das paredes alugado para agencias de publicidade, sem falar no desemprego que ele proporcionou no setor.

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