GENERAL DA PAZ

Este, acima, é o general da paz. Um personagem folclórico que anda pelas ruas do centro de Bogotá personificando o sonho de milhões de colombianos : a paz. Este, acima, é um homem comum da Colômbia que na sua fantasia de general sabe mais do que muitos leitores brasileiros que julgam de maneira parcial o conflito colombiano. O general da paz sabe que a guerra no seu país tem muitos lados e muitos culpados. O general da paz foi o personagem que "costurou" a versão de uma hora do documentário "Colombianos" que eu dirigi e foi exibido duas vezes pela Tv Cultura de São Paulo. Estou batalhando para que as muitas horas de material inédito sejam reeditadas e cheguem ao mercado internacional e , quiçá, ao cinema. O general da paz é um ótimo personagem para ser evocado agora quando as tensões aqui na América do Sul ainda não se dissolveram apesar da protocolar ação da OEA que no seu Conselho Permanente aprovou em Washington uma resolução pactuada por Colômbia e Equador que estabelece que Bogotá violou a soberania e integridade territorial do Equador nessa operação, e os princípios do direito internacional. Mera retórica para um fato obvio o que prova mais uma vez o que escrevi uma vez aqui : diplomacia combina com hipocrisia. Fato é que no momento em que Chavéz continua fazendo bravatas ameaçando nacionalizar empresas colombianas, no momento em que Uribe diz que não vai repetir ações bélicas em território estrangeiro mas que Reyes era obstáculo a libertação de refens ( incluindo Ingrid Betancourt) e no momento em que o presidente do Equador acha que a condenação da OEA é muito pouco resta olhar com cuidado para a bandeira que tem nas mãos o general da paz e torcer para que ela tremule porque tudo o que nosotros não precisamos aqui no nosso combalido continente é uma guerra entre tiranetes.

Comentários

Ju disse…
quando vi essa foto me lembrei de uma imagem muito engraçada! qdo estive em Brasília, a passeio, vi várias pessoas brincando de tentar roubar um movimento ou um riso de guardas dos "Dragões da independência." e nada! eles se mantinham ali, parados, a mercê curiosos, como se fossem mais um ponto turistico para os visitantes da capital federal. a bandeira de paz me parece a mesma piada nas mãos desse general. uma imagem tão hipócrita quanto "A chanceler do Equador, María Isabel Salvador, assim como o embaixador da Colômbia, Camilo Ospina, se mostraram satisfeitos com o consenso, aprovado pelos 34 países membros da OEA."
Beijos.
Anônimo disse…
Concordo, incondicionalmente, com a opinião e o desejo do blogueiro, neste post.
Anônimo disse…
Nao vi este documentario, parece interessante.

Beijos
Anônimo disse…
Pra onde caminham os blogues, posts e comentários? Ou sobre quem puxa o cordão em tempos de wireless.

Ricardo, desculpe utilizar esse seu espaço, mas ele me parece tão pertinente que não resisti. Falar de seus textos seria chover no molhado. E o nível dos comentários também já foi elogiado, e com total razão, diga-se. Teu blogue tem um debate respeitoso e uma troca de idéias bastante construtiva, onde pontos de vista algumas vezes divergentes convivem civilizadamente.

Essa é uma análise rápida que faço, resultado de dois dias que descobri esse espaço (portanto, mais uma vez, desculpa aí se me precipitei), pra perguntar umas coisas que me intrigam toda a vez que dou uma escapada do trampo como essa: para onde caminham esses textos, participações e comentários? Qual a aplicação prática disso tudo para além do campo das idéias? Seria o blogue, no frigir dos ovos, uma versão virtual (e portanto menos interessante, na minha opinião) das conversas revolucionárias na mesa do bar que morriam com a ressaca da manhã seguinte?

Obrigado pela atenção e um puta abraço de um leitor e telespectador que, na medida do possível, acompanha e admira seu trabalho.
devaneiosaovento disse…
Rubebs fique interessada no documentário, se por ventura reprisar, poderia entrar em contado, seria um prazer, pois esses conflitos sinto como uma "obrigação" estar acompanhando, e torcendo para que exista realmente um final dessas "tiranias"
--
tive o prazer em assistir um documentário onde narrava a trajetória de Ingrid Betancourt, enquanto candidata, com seus planos, e sonhos como pessoa comum, passou a algum tempo na HBO, muito me inpressionou a grande mulher, e sempre torço por ela: como mulher, guerreira e comum como todas nós.

abraços
Cândida Nobre disse…
Não conheço o documentário, nem mesmo o general da paz. Paz, aliás, que assim como os outros dois, gostaria de conhecer.

=]
Carol Rocha disse…
Buscar a paz através da guerra me parece burrice. Simples assim.

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