GAROTINHO CAI DO BERÇO ESPLÊNDIDO

O assunto do dia no Rio de Janeiro , das capas dos jornais sensacionalistas aos programas populares de rádio , é o escândalo de corrupção e desmandos na área de segurança que envolve o ex- governador Garotinho e seu ex-secretário de segurança , o deputado estadual peemedebista Álvaro Lins. Os dois são acusados de tantas barbaridades ( como venda de proteção a empresários e outras barbaridades) que a quantidade superlativa de impropérios que um taxista que me trouxe hoje de manhã do Leme à Lapa traduz com precisão o que o povo carioca anda pensando da dupla dinâmica : " safados, tinham que estar na cadeia ". Lins já está . Mas seus colegas deputados estaduais cariocas decidem hoje a tarde se ele continua ou não em cana. O pior é que o tempo nublou e parece que amanhã não vai dar praia...

Comentários

os empresários também merecem cana!!!
Gelsa Mara disse…
Pois é, parece que ja saiu um parecer favorável a soltura de Álvaro Lins...uma pena.
Anônimo disse…
Confesso que achei ótimo!!!
O momento político não poderia ser mais propício: véspera de eleições,
Crivela forte na parada...
E, vamos combinar, não foi surpresa alguma, foi?
Assim como não causará nenhum "susto" o fato de que tudo dará em...nada.
O que vai ficar é a mácula sobre o casal evangélico e, consequentemente, sobre o bispo.
Se Deus quiser.

OBS: Ricardo, pelo visto sua carioquização é fato consumado...
Anônimo disse…
Não há nenhuma prova contra Garotinho. O que existe é uma mídia sensacionalista tentando associá-lo a Alvaro Lins.
Ricardo Soares disse…
éé...empresários merecem cana brava também e como era de se esperar o álvaro saiu livre!

quanto ao fato de eu ter me cariocado minha cara toda pura creio que vc tem razào!!!

julio... provas contra garotinho surgiráo... questáo de tempo...
Artsy-Fartsy disse…
Quem sou eu, para opinar sobre Garotinho? Antes, mesmo: quem sou eu? Mesmo assim, vamos lá, que um risco aqui e outro ali todos temos de correr.
Confesso jamais haver acreditado que Garotinho (e Garotinha) houvessem realmente estado num berço esplêndido, senão feito crer, a alguns de nós, terem estado.
Para os que lêssemos editoriais, linhas menores de jornais sérios, era patente o que agora parece estar sendo "desvendado" (mas desvendar o quê, se venda não havia?).
O problema é que a democracia, no Brasil, é anêmica - e endêmica. Alimenta-se a mídia "vista" e "ouvida" (feitas as ressalvas para as honrosas exceções) com informações fantásticas, fantasiosas e com pão, com circo, mas não com os bastidores da política nacional (regra, insisto, pois há exceções).
Tanto deblateraram os cientistas, com o conceito de "perpetuum mobile", ou seja, com aquelas supostas engenhocas cuja energia seria reutilizada para nutri-las novamente e fazê-las continuar a mover-se, já que seu próprio movimento geraria a força que seria devolvida a ela mesma (sem desperdício), em forma ou de molde a provocar movimento. Em tese, o moto-contínuo violaria, da termodinâmica, senão a primeira, a segunda lei da termodinâmica.
Todavia, em política - nesta nossa, tupiniquim - parece existir o moto-perpétuo: abuse de um povo frágil, negue-lhe cultura, dê-lhe mídia amorfa e irresponsável, sans oublier de faire-face de quelque chose bonne. Às vésperas das eleições, contratem-se os melhores marqueteiros, faça-se crer aos que desconhecem os pródromos da democracia que estão a viver em um estado democrático de direito, sem esquecer o pão e o circo... e aí está o moto-perpétuo brasileiro. A energia gasta pelo governo alimenta o povo, que lhe devolve votos, e a máquina continua a mover-se: e o pulso ainda pulsa.
Você sabe disso, Ricardo, naturalmente; eu sei também. O berço de Garotinho estava roto fazia muito tempo. Se vão conseguir provar? Em tese (no mundo do Eidos platônico) seria possível. Factível, dada a realidade nacional? Não sei. Julgamentos políticos, antes de jurídicos, soem ser viciados, embora não devessem.
Quem tem tempo de ler jornal, no Brasil? E interesse pelas colunas específicas de política? E a curiosidade de olhar, por exemplo, o que o Le Monde, o Il Giorno, o New York Times, por exemplo, falam de nós, ou que atenção nos dão?
Fustel de Coulanges, em A Cidade Antiga; Darcy Ribeiro, em O Povo Brasileiro; Sérgio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil. Por que isto não é analisado pelos estudantes, no ensino médio?
Assim, fica a pergunta: que democracia é esta, que a uns revela alguns anos mais tarde o que outros, infelizmente, já sabiam havia muito tempo?
Sendo assim, Ricardo, despeço-me não sem um quê de tristeza, e mais uma vez iterando a satisfação de havê-lo linkado, pois você expõe seu nome e dá impressões fortes e bem fundamentadas,o que deveria ser feito pelo Jornal Nacional, pelo Bom Dia São Paulo, pelo Datena, enfim, pelos jornais (que de jornais só têm a origem francesa jour) que o trabalhador, quando acorda, pela manhã, e engole rapidamente o café e o pão com manteiga, vê.
Estou generalizando? Sim. Contudo, você mesmo analisou à exaustão o caso Isabella no seu blogue. Se dessem destaque ao Congresso, em seus meandros, como deram ao triste homicídio doloso, dupla ou triplamente agravado, seria a mesma a impressão que o povo tem de seus governantes?
É mais ou menos isso.
Um grande abraço, e continue na sua luta ferrenha, que continuarei aqui torcendo para que um dia seu blogue tenha tanta visitação quanto o da Bruna Surfistinha, e isso seria instrutivo. Mais pessoas tomassem iniciativas assim tão sérias, e o povo fortaleceria suas concepções sobre o que é o Brasil e sobre o que é, de verdade, democracia.

Postagens mais visitadas