RONALDO ; É FANTÁSTICO !

É o velho dilema : vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais ? O Fantástico da Globo, eterno repositário de doenças crônicas e emoções baratas dos brasileiros, exibiu agora há pouco uma entrevista realizada pela bela, insípida e inodora Patrícia Poeta com o jogador Ronaldo, batizado pela própria Globo como "fenônemo". Comparando com o biscoito Tostines poderíamos perguntar : Ronaldo vende mais porque é fresquinho /limpinho ou é fresquinho /limpinho porque vende mais ? quem o transformou em ícone nacional independente de ser um craque foi a Globo . ASSIM ,no melhor estilo "quem pariu Matheus que o embale", eles engendraram uma operação limpa fossa no nosso Ronaldo para que ele pudesse ( tem o direito, independente da manipulação dos fatos) de dar sua versão dos eventos "travequianos" nos quais se envolveu.
Patrícia Poeta ( poderia ser poetastra pela pieguice que em si embute) fazendo caras e bocas e muito compungida realizou uma entrevista "levanta bola" com o craque que foi vitimizado todo o tempo. Leiam abaixo o primor da parte final :

"Você ficou triste com essa história toda, chegou a chorar?

Chorei muito, uma vergonha incrível, uma decepção com esse ato isolado. Me emocionei também no depoimento para o delegado, fui até a delegacia e dei o depoimento até dentro do carro porque eu tinha medo de expor mais isso tudo. Para a mídia sensacionalista acho que tem uma dimensão maior até do que ganhar a Copa do Mundo, infelizmente.

Mas isso até você fazer um gol lá e já reverte a situação

Até eu ficar bom e voltar a jogar isso tudo cai no esquecimento".

À Globo interessa manter intocada a imagem dos ídolos que promove. Ronaldo enxovalhado é um mau negócio. E eu sinceramente admiro ( e agora falo sério) a capacidade que eles tem de dar uma aura de seriedade e respeitabilidade ao sensacionalismo mais rastaquera ou a manipulação mais rasteira. Patrícia Poeta aprendeu rápido com os meneios de cabeça e as expressões faciais de paquinha ultrajada do "denso" Zeca Camargo. Essa turma toda e mais o "poeta" Bial atingem o ápice do ilusionismo quando transformam as tais emoções baratas e as curiosidades mexeriqueiras em matérias "pseudo-sérias". Eu cheguei a ficar com dó do Ronaldo. Por ter sido otário com os travecos , por se deixar manipular ( sempre)pela mídia e por ser cumplice do plano global de reerguer sua imagem. Agora, Ronaldo, não julguemos vossa libido ou atitude . Mas tenha a paciência né ?? querer que nós todos acreditemos que você não sabia que os travecos eram travecos ? Como disse Rogéria, a decana da travecalândia brazuca, você está precisando de óculos menino !

Comentários

Artsy-Fartsy disse…
Ricardo,
este caso "Horny-Ronaldo" pôs-me diante de duas questões irrespondíveis:
1ª - Geni, segundo Chico Buarque, "a dormir com homem tão nobre, tão cheirando a brilho e a cobre, preferia amar com os bichos"; será que Ronaldo, para quem um estalar de dedos seguramente faria aparecerem milhares de modelos, escolheria as "mariposas" por algum motivo similar?
2ª - Se imaginarmos que a sociedade brasileira é a "Geni" a que Chico se refere, pois não há como negar que é "a rainha dos detentos, das loucas, dos lazarentos, dos moleques de internato; e também vai amiúde, com os velhinhos sem saúde e as viúvas sem porvir", não estaria a Globo, ao aproveitar para fazer "circo" para nós, a Geni de ontem e de hoje, tentando desviar a nossa atenção, já que estamos preocupados com alguns escândalos que provocam os homens que hoje ocupam o lugar daqueles que "cheiram a brilho e a cobre?"
São só dúvidas, e não certezas.
Cada vez que volto ao seu blog vou logrando mais convicção de que você realmente tem aquilo roxo.
Abraços!
Artsy-Fartsy disse…
Ooops, desculpem-me todos o excesso de vindas, mas esqueci de dizer aos mais jovens que o "brilho e cobre" a que Chico se refere provavelmente diz respeito às medalhas e às armas dos próceres das FFAA.
Abraços de novo!
Roney Maurício disse…
Prezado Ricardo Soares,

comentários muito interessantes me antecederam. Como você sabe, não gosto muito de entrar em polêmicas... rssssssss

Não vi o programa ontem, mas já tive notícia hoje. Mas gostaria de registrar outro programa televisivo, um jornal matinal da TV Record, que chega a ser divertido de tão ruim. Quando os apresentadores se permitem improvisar então, é um verdadeiro festival...

Bem, ao comentar, hoje, o novo caso do "Fenômeno", um dos apresentadores saiu-se com essa pérola: "... esse negócio de muito dinheiro e muita mulher acabam em problema".

Meu caro, juro que sempre pensei que dinheiro de menos e mulher de menos é que fossem problemas...

Tô tirando umas férias da blogosfera. Um abraço e até.
Maira Parula disse…
oi, ricardo. perfeito. só não creio que Ronaldo se deixa manipular pela mídia. a mídia é vital para a criação de sua imagem e os agentes dele sabem disso. ele a procura. ainda mais agora que o contrato com a Nike corre perigo.
abs
Ju disse…
traveco combina com Ronaldo que combina com fantástico que combina com depressão de fim de domingo que combina com os telespectadores que combinam com o circo da mídia que combinam com a vergonhosa história que se traça do Brasil.
Anônimo disse…
tudo certo, só um reparo: não foi a globo que inventou o apelido 'fenômeno' - foi a imprensa espanhola.
Ricardo, tenho comentado isso também.
O esforço da Globo é nitidamente no sentido de salvar a imagem do gordinho. E o Fantástico é fiel ao seu nome: sensacionalismo e exagero.
Falar mais o quê?
O mais inacreditável foi ele dizendo que "mesmo se não viesse a público a história, ele se arrependeria".. patético..
Aliás, a mesma mídia que levanta bandeiras pela viadagem, contra o preconceito, nada fala a respeito dos travecos.. também, traveco não gera consumo, claro...
Abraço
Carol Rocha disse…
Olha essa:

http://www.adnews. com.br/destaque. php?id=1518

A Publicis Rio criou para Varilux um anúncio de oportunidade que remete ao recente caso do jogador Ronaldo envolvido com travestis na noite do Rio de Janeiro. A peça que diz “Para não levar André por Andréia, use Varilux” faz referência a Andréia Albertini, um dos três travestis envolvidos.

Veiculado na quinta, 1º de maio, no jornal O Globo, o anúncio tem criação da dupla Celso Batalha e Rodrigo Lomelino, supervisão do VP nacional Hugo Rodrigues e atendimento de Alberto Cabaleiro e Claudia Lima.
Anônimo disse…
Sorry, everybody, é mais forte do que eu: continuo gostando do Ronaldinho (para mim, ele ainda é o "inho", à despeito do outro dentuço).
Não me incomoda nem um pouco o fato de três, ou quatro, ou cinco mil travestis estarem com ele num quarto de motel de quinta, numa suite de luxo, ou num resort 100 estrelas em alguma ilha paradisíaca alhures.
Pra mim, ele é um pobre menino rico, qual aquele antigo (e põe antigo nisso!)personagem dos quadrinhos chamado Riquinho: uma criança milionária, inconformada com sua condição "especial", sempre em busca de amigos "comuns", que o amassem simplesmente pelo fato dele "ser do bem".
Minha leitura é: Ronaldinho cansou de ser um fenômeno. Cansou. Ponto. Talvez esteja até com depressão, quem sabe? Numas de tentar viver simplesmente, correr riscos, ser gauche na vida, dar o cu pra ver qual é, sim, e daí? Pegar puta feia, travesti feio, sim, e daí (quer coisa mais "macho"?)?
Se ferrou porque dele fizeram, o Fenômeno. E Fenômenos não têm direito de errar, de tentar, de pecar, de dar o cu, de comer puta, de dar pum, de se drogar, de chorar. Fenômenos, os intocáveis, os eleitos, têm mansões em Angra, têm que responder às perguntas babacas de repórteres imbecis, têm que estar noivos, casar no Loire, preencher sonhos loiros que de repente nem não eram os dele.
Ronaldo é neném. Deveria ser visto como um "não gente", assim como os índios o eram (não sei se ainda é assim constitucionalmente falando).
Ingênuo. Infeliz. Exercendo seu direito de tentar qualquer coisa que o faça ser mais...comum.
Saca quando a gente sente uma dor infinda num determinado ponto do corpo (um dente, por exemplo) e tem vontade de se "auto-machucar" em outro ponto para diversificar a dor? Poizé.
Ronaldo é Coca-Cola, produto multinacional, Truman. Tem que pirar mesmo, pra ser normal, pra se identificar humano.
Tenho dó. Uma pena infinita que raramente sinto por qualquer ser humano.
Furlan disse…
Vim do link do Fart para cá - embora tenha sido eu a indicar-lhe este blog - e sou, de certa forma, quase que levado a misturar a teoria da Geni com as sábias palavras de Toda Pura: deve ser dificílimo ser mito. Algo como carregar um mundo inteiro sobre os ombros, sendo meramente humano.

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