CONSUMO OU MORTE

Se não é um triste sinal dos tempos, uma alegoria apocalíptica,uma manifestação coletiva de insanidade, o que seriam as imagens vistas ontem no mundo todo quando multidões ensandecidas, tal qual manadas de ruminantes nervosos, invadiram com sofreguidão as lojas novaiorquinas ( e outra tantas em várias metrópoles americanas)em busca de compras, compras, compras, consumo, consumo na abertura da temporada de liquidações ? Feras brutalizadas pelo consumismo e pelo "querer" desmesurado elas se ferem e se matam em busca dos melhores preços. Teve gente que literalmente pereceu ( como diz o cartaz que ilustra esse post "CONSUMIR OU PERECER")nesse ridículo atropelo. Como sempre , entre os ruminantes, hordas de brasileiros que inclusive duvidavam da crise americana tal o número de compradores nas lojas. Gente que sorri por ser bovina, gente que acha normal correr nas liquidações gringas para trazer presentes baratos para toda a família. Tristes tempos. Triste sina a nossa. E tudo com o beneplácito da mídia que apenas noticia sem o menor tom crítico em relação a essa boçalidade. Até porque as críticas ao consumismo não agradariam aos anunciantes...como não ser ranzinza numa época dessas ? Como não achar que todos estão profundamente doentes ? É isso o início da confraternização natalina ?

Comentários

Anônimo disse…
Maravilha, Ricardo, só uma pena como a tua consegue um texto de tamanha qualidade.
Um tsunami devastador, uma crítica inteligente sobre o repugnante consumismo idiota americano e brasileiro.
Ganhei o domingo, um igual para você.
Bom que entre os "normais"
há quem pense assim. Restam esperanças, então.
leve solto disse…
Por essas e outras que iniciei o post (amigo secreto 1) lá de casa dizendo o quanto o natal me irrita.

O verdadeiro sentido "cristão" ficou esquecido com o consumismo exacerbado.

Claro que todos nós temos ímpetos consumistas, porém associar a uma data? Tô fora! E agradeço por meus filhos não se "ligarem" nisso tudo.

Aprendi (ou estou aprendendo..) a me perguntar diante de um surto de "quero quero quero quero" a me perguntar: realmente preciso disso?
Sem contar que a idéia de presente, pra mim, foge do valor material. Prefiro dar presentes que tenham um significado legal.

Concordo plenamente quando Angelo trata o consumismo mostrado como repugnante.

Super domingo pra vc!
PORTUGAL DIRETO disse…
Saúde

Com prazer visito seu blogue e com prazer o menciono em minhas recomendações de links no Portugal Direto.

Obrigado pelo contacto

Cumprimentos para si e para toda a irmandade lusofona que aqui vem.
Verbo Feminino disse…
É o início do estresse de dezembro.
O começo da temporada de suicídios, em várias partes do mundo.
É a hora de arrecadar mais e mais dízimos.
E é hora da mídia faturar. Anunciem, anunciem, aleluia!

Beijos
Verbo Feminino disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse…
Boa Ricardão.
Mandaste mais uma vez muito bem.
Meu, às 3:30 da matina. Que chá você anda tomando ?
Abraço,
Edson.
Anônimo disse…
ótimo post. a propósito, recomendo a visita ao site www.adbusters.org
Anônimo disse…
Desde quando descemos das árvores, estamos involuindo a bestas apocalípticas boçais.
O homem hoje é uma besta reduzida a algo como animal doméstico dependente de máquinas e quinquilharias... Li isso numa pesquisa encomendada ao centro de estudos da evolução London School of Economics, aqui
http://www.insanus.org/mondoestudo/2006/10/humanidade_atingira_o_apice_de.html
... quero dizer - antecipei o futuro para agora... parece que a tal pesquisa está meio atrasada na sua previsão para dentro de 10000 anos. O.o.
:D
Anônimo disse…
http://www.insanus.org/mondoestudo/2006/10/humanidade_atingira_o_apice_de.html
Anônimo disse…
o.o... faió
Eliana Rigol disse…
Ricardo, só agora entro no mundo dos blogs e encontro o teu. Tenho a sensação que existem blogs demais para pouco conteúdo. Por isso foi um alento te encontrar por aqui. Sobre o post, imagino que em algum momento algum neoliberal qualquer irá gritar: Consumidores do mundo, uni-vos! O que me perturba é o fato dos jornalistas que sabem muito bem adjetivar quando querem, simplesmente narrarem essa notícia sem nenhuma análise mais crítica. Mas é isso. Jornalismo, publicidade, pubicidade produto. Essa cadeia se retroalimenta e a gente que durma com um barulho desses. Abração! Eliana Rigol

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