CIRIM MALUQUIM , O CALOTEIRIM ...

Um querido amigo, o arquiteto Percival Brosig, de tantas glórias e tradições me enviou esse artigo do jornalista Augusto Nunes sobre um dos mais bizarros personagens da cena política brasileira, o contumaz caloteiro e boca rota Ciro Megalô Gomes. Todos sabem que sou suspeito pra falar dele por isso fico satisfeito quando outras tantas vozes como a do Augusto (com quem trabalhei a convite dele como repórter especial do Caderno 2 do Estadão) se levantam contra esse maníaco celerado que devia ou ser internado num sanatório por sua megalomania ou então esquecido não fosse sua eterna e risível pretensão em ser presidente dessa República.Mas passemos ao artigo do Augusto antes que eu me "entusiasme" demais em detonar o megalô.


O menino maluquinho do Ceará virou um cinquentão muito doido

Augusto Nunes, 27/4/2009

Na campanha de 2002, o candidato Ciro Gomes desfiava promessas no horário eleitoral no rádio quando um ouvinte lhe perguntou se pretendia ser presidente da Suiça. ”Lá é parlamentarista”, subiu o tom o orador. ”É só um aviso aí pra esses petistas furibundos. Tem que fazer as perguntas com um pouco mais de cuidado pra largar de ser burro”. Pegou mal, não demorou a entender o próprio Ciro, que levou alguns dias para balbuciar o inconvincente pedido de desculpas e recitar a frase tão verdadeira quanto uma cédula de 3 reais: ”Nunca agredi ninguém em minha extensa vida pública”.

Como?, espantaram-se os mandacarus do sertão e as areias do litoral do Ceará. Ciro rima com grosseria desde a primeira subida ao palanque. Em 1994, por exemplo, quando ainda se enfeitava com plumas de tucano, foi à luta contra o partido que apoiaria no século seguinte: “Os políticos do PT são uns mijões nas calças”, resumiu numa entrevista. Em 2002, portanto, tinha pelo menos oito anos de milhas acumuladas. De lá para cá, o que andou fazendo e dizendo transformou o antigo menino maluquinho num cinquentão doido demais.

Entre os melhores dos seus piores momentos inclui-se o confronto com celebridades que se opõem à transposição do Rio São Francisco e visitaram a Câmara dos Deputados em fevereiro de 2008. Avesso a aparecer no local do emprego, o fervoroso partidário do projeto estava lá para recepcioná-los. Para encurtar a conversa, mirou a atriz Letícia Sabatella e apertou o gatilho: ”Não sei se estou no mesmo lugar que o seu, mas é parecido. Eu, ao meu jeito, escolhi a opção de meter a mão na massa. às vezes suja de cocô. Mas minha cabeça, não. Meu compromisso, não”. Letícia achou que aquilo nem merecia resposta.

Três meses depois de Letícia, chegou a vez de Luizianne Lins, prefeita da capital cearense em campanha pela reeleição. Cabo eleitoral da candidata Patrícia Saboya, senadora e mãe de seus filhos, o deputado federal estacionado no PSB (depois de escalas no PMDB, no PSDB e no PPS) deu uma geral na paisagem e soltou o diagnóstico: “Fortaleza é um puteiro a céu aberto”. Para não perder o apoio do governador Cid Gomes, irmão de Ciro, a prefeita fez de conta que não ouvira direito. Cid também. O resto da família não fez comentários.

Neste abril, o cearense brigão pousou no Congresso disposto a transformar em endereço permamente o Sanatório Geral, que o hospeda há 14 anos. Irrompeu no plenário bravo com os colegas que acham prudente usar a cota de passagens aéreas com menos desfaçatez. “Até ontem era tudo liberado!”, esbravejou. “Então, por que mudar? É um bando de babacas!”. Ficou mais bravo ainda quando soube que viera do Ministério Público a informação de que havia financiado com dinheiro da Câmara, tungado dos contribuintes, um giro internacional da mãe. “Ministério Público é o c........!”, caprichou. ”Não tenho medo de ninguém! Da imprensa, de deputado! Pode escrever o c........ aí!”, recomendou aos jornalistas. A recomendação foi atendida, mas nem por isso Ciro Gomes reduziu a marcha. “Até parece que isto é um pardieiro de salafrários!”, irritou-se no dia seguinte com o noticiário. E então sumiu de novo.

Candidato do PSB ao Planalto até a semana passada, Ciro talvez tenha de mudar do partido para continuar na corrida: os correligionários ficaram assustados com a performance do artista. Também candidato ao Planalto, mas pronto a estender a mão aos concorrentes, o senador Cristovam Buarque, do PDT, sugeriu-lhe uma brusca mudança de rota. ”Quem quer ser presidente não precisa estudar em Harvard”, ensinou. “Precisa é conhecer o Vale do Jequitinhonha”".

Como qualquer brasileiro com mais de três neurônios, Cristovam sabe que Ciro Gomes precisa é de um curso intensivo de boas maneiras. Se o senador anda achando que a solução está no Jequitinhonha, decerto descobriu que as mães daquela região mineira continuam lavando com sabão a boca de moleques que dizem palavrões em público.

Comentários

Gosmã Carneiro disse…
O Ciro não desiste de ser presidente e você não desiste de desmascarar o Ciro. Espero que ele desista e você não .abraço
Groo disse…
Sinciro Gosma!O bufão da política! O estilo dele lembra dos velhos coronéis, sobretudo Painho ACM. Claro que esse sujeito nunca será presidente do Brasil, mas imagino o desastre se eleito...o que iria prestar mesmo era a primeira dama. Por falar nisso, como a atriz suporta este mala? A não ser que ela seja outra mala...
Aline disse…
Parece que a Patrícia Pilar se inspirou no próprio marido para interpretar sua macabra personagem de A Favorita. o.O
ANA LÚCIA disse…
Fiquei sem passar por aqui alguns dias e perdi muita coisa, então li tudo e gostei de todas as postagens. Destaco duas: da gripe (alerta!!) e do babacão Cirão - "boas, muito boas"...
Abçs,
Ana

PS: Achei uma sacada interessante a imagem da "girafa".
Tania Celidonio disse…
Riquim, você exultou com esse artiguim do Cirim, né não? Veio a calhar....

beijim
Tania Celidonio disse…
correção: artiguim sobre o Cirim escrito pelo Augustim...

mais beijim
leve solto disse…
Ric querido,

Tô com saudade dos seus posts leves e soltos... "combina com o blog" etc... rs

Sorry, entendo e concordo com a exposição do Megalô, mas prefiro ler vc em poesias, crônicas e até em seus textos cítricos e críticos..rs

beijo grande

Mara

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