turismo é estado de espírito

O estado de espírito de estar disponível, estar em repouso, estar desarmado, estar desplugado está cada vez mais difícil nesses tempos terríveis.Assim sendo, apontar a esmo um destino no mapa e chegar até ele pode ser uma atitude pueril mas também é libertadora. Assim fiz na sexta passada, ensaio geral para a viagem longa que começo nessa terça. De férias. De férias de mim mesmo. E assim sendo cheguei a Tapiraí. Se seguir em frente você encontrará Juquiá. Se passar por Juquiá e atravessar a 116 chegará a Ilha Comprida. Longa é a vida ? não... longa são suas ações e consequências. Mas que combina essa construção em Tapiraí (uma igreja ? uma casa ? não sei...) com o blog isso combina, né mesmo ?

Comentários

Caro Ricardo, lendo o post acima sobre Alphaville, que me remeteu aos condomínios devastadores da cidade de Sorocaba, onde trabalho, pensei em convidá-lo para ir a Tapiraí, cidade onde moro há alguns anos, e longe de onde escrevo agora. Confesso que não foi sem surpresa que encontrei este post! Mistérios... O que queria compartilhar com você é essa perplexidade e, mais, revolta, diante de situações como a que você coloca. Na cidade de Sorocaba, por exemplo, os condomínios nascem do dia para a noite. Licenças ambientais para destruir tecos de mata nativa são concedidas não sei por qual meio. E eis que surgem, entre paredes e sobre restos de área verde, os condomínios de luxo, emparedando pessoas que flutuam sobre o comum dos homens. É um sentimento de impotência, quando se tenta combater o avanço dos condomínios. Sobre Tapiraí, a coisa não é melhor, infelizmente. Autoridades compactuam com a abertura de áreas para plantio, também não sei por quais meios. A atividade de extrativismo ilegal não é combatida no nível necessário, e a caça ilegal é aceita como prática normal. Como jornalista, esperneio, mas não posso fazer o barulho necessário, sob o risco de piorar ainda mais a situação: se colocar reportagens sobre os desmandos em Tapiraí na imprensa, além de não ter o combate esperado às práticas ilegais por parte dos órgãos competentes, essas práticas ainda deverão aumentar, como consequencia colateral de uma propaganda. Em Tapiraí, você pode encontrar um resto de paraíso turístico esquecido. Mas não sei por quanto tempo! Fica o convite: venha tomar um chá de gengibre em meu sítio, da próxima vez em que você passar por aqui. Abraços.
L-A. Pandini disse…
Ricardo,

Tapiraí e Ilha Comprida são dois lugares que fazem parte da minha memória afetiva. Passei boa parte de minhas férias infantis nesses lugares. Curiosamente, chegava a eles por caminhos diferentes dos seus. Morador de Santos, íamos a Tapiraí por São Paulo, para um sítio do cunhado da minha tia. Para chegar lá, a estrada de terra (a primeira que vi na vida!). Em 1980, inauguraram a "CAstelinho" e o caminho passou a ser por ela. Detestei...

Em julho, estive nesse sítio pela primeira vez desde 1987. E ele continua exatamente igual.

Ilha Comprida era um lugar quase agreste. De Santos, íamos a Barra de Icapara (ou Capara; nunca descobri a grafia correta), uma vila de pescadores próxima a Iguape. Estradas de areia, praias desertas, pesca de siri e muito verde em volta... Em Icapara (Capara?), ficávamos em uma casa bem simples, de um amigo do meu pai, e onde meu tio preparava sirizadas deliciosas.

Boas lembranças. Obrigado por ajudar a revivê-las. Abraços! (LAP)

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