BORTOLOTTO, E A VIDA IMITA A ARTE


Lembrando e negando Lennon e Mccartney vamos dizer que a felicidade NÃO é um revólver quente. E os revólveres quentes nas noites quentes das cidades quentes disparam até contra aqueles que vivem lembrando que as cidades e os revólveres estão quentes. Boçais,bandidos,deserdados, muitos deles personagens dos próprios textos que o dramaturgo Mário Bortolotto escreve resolveram invadir na madrugada passada o ESPAÇO PARLAPATÕES em busca de um butim fácil. O ESPAÇO que Bortolotto também ajudou a levantar na decaída praça Roosevelt que ele também ajudou a levantar na sua faina louca de teatro, rock and roll, desconexa tradução dos arbitrios da cidade. Mão nas cabeças, corpos no chão os vagabundos queriam passividade e Bortolotto reagiu. Levou três tiros e a vida mais uma vez imitou  a arte e fez dele mais uma vítima da desordenada e sempre violenta  cidade. Um personagem de sua própria peça BRUTAL ??

Tenho muitos conhecidos e amigos em comum com Bortolotto. Vi poucas de suas peças e li pouco de seus textos e não o conheço pessoalmente a não ser um encontro casual há muitos anos no Teatro da Folha quando ele saia da leitura de uma de suas peças. Mas fico aqui imaginando a dor dos meus conhecidos e amigos em relação ao Bortolotto alvejado. Alvo fácil na cidade arrasada. Torço por ele. Rogo aos bons deuses do teatro que o protejam. E que possa sair dessa para tentar continuar nos ajudando a desvendar porque boçais como o que está abaixo (ainda não reconhecido mas o provável criminoso) alvejam artistas, homens do povo, gente do bem. Parece que o inferno abriu mesmo suas portas de vez.

Comentários

Purita disse…
Nossa Ricardo que violencia ,como a gente esta vulneravel nesta cidade digo neste mundo

Triste saber que uma pessoa morreu pela mão de um bandido e ele continua vivo e sem o minimo remorso imagino
peri s.c. disse…
Imita cruelmente, seu excelente blog é o premonitório(?) " Atire no Dramaturgo ", putz.

Info para Purita : ele está vivo, em estado grave, mas estável, na Santa Casa .
Cheguei em Sampa sábado depois de um vôo horrendo, e foi essa a primeira notícia que recebi, através de nosso amigo Marcio Ribeiro.
Não o conheço; mas conheço Teatro, meu marido é ator, conheço Arte, e meus Projetos são trançados com ela, como o Parlapatões (inevitavelmente?) é trançado com questões de Educação e questões sociais.
As amizades dele são trançadas com as minhas.
Com ou sem identificações, a empatia canta.
Ressussita-te/Ressussita-me.
IÓ! gritemos a Dionísio; acendamos folhas de louro para Apolo e suas Musas; roguemos por ele à Ártemis curotrófica...

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