ABL : decadence sem elegance...

É um hábito antigo e de uma deselegância e indelicadeza atrozes. Pouco se comenta porque quem protagoniza esses gestos são "veneráveis"  senhores que, para efeito midiático, são os maiores escritores do país que disputam vaga nessa  Academia Brasileira de Letras usando de táticas também pouco elegantes como até já satirizou no passado o escritor Jorge Amado no livro "Farda,Fardão, Camisola de Dormir ". Pois agora com a morte do respeitável homem dos livros José Mindlin repete-se o gesto, digamos, escroto. Mal esfria o cadáver do acadêmico falecido uma onda famélica de "escritores" ou "homens da cultura" corre atrás da vaga lançando as candidaturas muitas vezes ao lado do esquife do morto. Dessa vez a escalação dos urubulinos literários conta com os nomes de Ziraldo, Martinho da Vila (!!!!), Eros Grau (!!!!!), Geraldo Holanda Cavalcanti (quem é esse ?), Muniz Sodré e Marco Lucchesi . Que triste espetáculo protagonizado por uma casa que é pura decadence sem nenhuma elegance.

Comentários

Angela disse…
Olá Ricardo,
Tenho passado aqui diariamente e conhecer Luanda através do seu sensível olhar tem sido muito, muito bom.
Quanto a deselegance da acadêmia de letras, fiquei estupefata qdo Jô Soares ficou de olho na vaga deixada por Jorge Amado, imagine como me senti lendo esses nomes que vc postou?
Abraço
Nessa disse…
ABL já foi! nunca aceitaram o Mario Quintana (vêm daí os versos do "Eles passarão... eu, passarinho")! então,que se...
Anônimo disse…
Quem é GERALDO HOLANDA CAVALCANTI

O pernambucano Geraldo Holanda Cavalcanti é diplomata de carreira, tendo sido embaixador no México e junto à Unesco e à União Européia. Em mais de 50 anos dedicados à poesia, Geraldo publicou O mandiocal de verdes mãos, O elefante de Ludmila e Poesia reunida. Geraldo também fez a elogiadíssima tradução da obra de Eugenio Montale, pela qual recebeu o Prêmio Internacional Eugenio Montale, o mais importante da Itália, concedido pela primeira vez a um brasileiro. É também tradutor do poeta Álvaro Mutis.

Sobre a obra de Geraldo Cavalcanti: “A tal ponto seus poemas acompanham a coletânea de Mestre Rosa, que bem se pode defini-los como variações líricas em torno de temas narrativos. Contudo, não se suponha, nesse paralelismo, apenas a identidade, nem mesmo a analogia.” José Guilherme Merquior

Os poemas de Cavalcanti acompanham o lirismo da obra Primeiras Estórias, de João Guimarães Rosa, extraindo da narrativa sua essência poética, seu linguajar poético peculiar.
Jaime Guimarães disse…
Lima Barreto também tentou e foi recusado. Preto, pobre, literatura forte e contundente...já viu, né? rs

Mas vou te dizer, hein, Ricardo: fazer parte de uma Academia que figuram atualmente gente como José Sarney, Marco Maciel (acreditem se quiser, procurem ver quem são os membros da ABL no Google) e Paulo Coelho não é nem um pouco honroso.

E olha que interessante: o fundador da cadeira que José Mindlim ocupava, a 29, foi ninguém menos que o grande Artur Azevedo, que escreveu comédias inesquecíveis sobre a a busca da fama, as aparências, as confusões amorosas e o "arranjei-me" da sociedade carioca no final do século XIX e inicio de século XX.

O que ele escreveria hoje ao saber que os postulantes a sua cadeira são Eros Grau e Martinho da Vila? Ah, uma bela comédia ou até uma peça, sem dúvida!

abs
salathiel disse…
A vaga já é do Eros Grau...

O Sarney prometeu a ele em troca de benesses em processos no supremo...
Salve, Ricardo.

Na minha concepção, tirando o Geraldo, que não conhecia até seu leitor esclarecer quem é, o resto não acho que mereça. A ABL tem gafes homéricas mesmo...

Abraços
Anônimo disse…
Só para completar Geraldo Holanda Cavalcanti, é casado com a escultora Dirce de Assis Cavalcanti, que vem a ser filha de Dilermando de Assis. O militar que matou Euclides da Cunha.
Geraldo acabou de lançar um livro de memórias de sua vida antes da diplomacia, 'Desventuras da graça'.

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