PINACOTECA É UM CONJUNTO DE ROSTOS

Cada história tem um rosto
um rosto de despedida diante da iminência da partida
ou um rosto curto anguloso ou ainda
um rosto comprido pedregoso
a furar os caminhos do tempo...


um rosto alegre que simplesmente sorri
ou aquele que se deforma diante da dor
a história , cada qual , tem seu rosto
posto na linha do tempo esse rosto se contrai
ou simplesmente se esvai
diante do pó dos anos


a história tem um rosto cheio de planos
mas os planos se sobrepõe
se anulam
se invalidam
por isso os rostos das histórias
tem mil faces


cada história tem um rosto
um afresco,uma aquarela,
a soma de tantas histórias, imensa galeria
rostos de martírio ou de ternura
a subverter a história da pintura
 
***
Ricardo Soares/29 de julho de 2010

Comentários

De repente eu que sou um tanto refratária à poesia gosto das que sinto aqui. Não é a primeira...
Talvez porque as que leio espalhadas por aí (não aqui) sejam repetitivas e vazias ou cheias apenas da vaidade dos autores...
Ricardo Soares disse…
Urtigona...pra quem comete poesia e faz uso dela como linguagem ( e não ao contrário) um elogio como esse seu é o máximo a ser recebido...me satisfaço com isso e continuarei a usar a poesia como bem entender...thanks, bjs
Não conheço a Pinacoteca...

A forma, é 'bisexta'; o conteúdo (que é o que importa), tem sustança.
Qualquer hora vou procurar se vc escreveu algo definitivo sobre suas impressões de Angola.

Abrçs.

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