rabicho de dia das mães ( "vamos meu filho")

 (com foto linda de Robert Capa lembrada hj no Facebook pelo fotógrafo João Bittar) 

    "Vamos meu filho” , diz a mãe estendendo a mão à criança ao atravessarem a rua. E lá vão eles a espreitar incertezas e a atalhar os medos. “Vamos meu filho” que agora é preciso mais que as mãos para proteger os olhos da poeira e mais do que a poeira para atrapalhar o seu caminho. “Vamos meu filho” que um dia a acolhida do ninho se vai e os filhotes são lançados ao mundo, um a um desmamados,e  vão procurar o seu lugar no meio da selva.

   “Vamos meu filho” mas não tão depressa que te percam de vista nem tão devagar que te achem lerdo. “Vamos meu filho”, porque não é sempre que a mão de sua mãe pode te conduzir, te guiar, te fazer perceber que a vida é muito mais que paladar, tato e olfato. “Vamos meu filho” que a chuva cai nas calhas , os navios continuam singrando e os carros nunca param. “Vamos meu filho” porque a vida não respeita faixa de segurança e o  bom da vida é a boa lembrança.