DOMINGO AMBIENTAL

            Pode ser que seja pouco. Pode ser que muito falte. Mas dá um certo alento quando a gente volta pra casa de noitinha depois de um dia em que observou uma porção de gente "despertada" ambientalmente. Começou com uma feira ecológica num grande colégio aqui da Granja Viana que além de estar expondo/vendendo produtos orgânicos e recicláveis também distribuia gratuitamente  mudas de árvores nativas por iniciativa da prefeitura de Cotia, a mesma que é conivente com a predatória especulação imobiliária da região. Mas não é pelo contrasenso que não devamos aceitar a boa oferta e lá sai eu da feira com uma caixa de papelão repleta de novas mudas que sequer sei onde vou colocar no meu terreno de 2 mil metros quadrados que (por sorte) já tem mais de 70 árvores. Mas sempre tem lugar pra mais uma...
    Depois segui para a avenida Paulista onde deveria haver uma passeata/manifestação pacífica em apoio às florestas e aos povos das florestas. Encontrei com meu filho na estação Trianon- Masp e ficamos a vislumbrar uma animada porém reduzida malta de manifestantes . Fiquei me perguntando porque um evento como esse ainda não atrai mais gente já que a parada gay no mesmo pedaço bomba de superpopulação. Bom, mas eram poucos e bons. Algumas faixas, alguns protestos bem humorados, tudo muito amador e mal organizado mas com a intenção cumprida. Antes assim do que nada.
   Pena que ao ver alguns desses manifestantes entoando as canções de Raul Seixas a clamarem por uma "sociedade alternativa" tipos como os Xicos Grazianos da vida caricaturizem os ambientalistas. Mas por sorte os que tem consciência ambiental são pessoas de muitos matizes, muitas classes sociais e acredito que em anos vindouros o número desses manifestantes podem crescer deixando em minoria pessoas como o jovem casalzinho alheio a isso que deixava o "América" a bordo de roupas de grife e carrão importado reluzente deixando bem atrás ( no devido lugar,segundo a concepção da dupla por certo)uma moça negra, empregada deles e fantasiada de babá que empurrava num carrinho high-tech o rebento dos esnobes. Queira Deus que gente desse tipo não seja maioria no futuro pois senão o mundo não respira.Eu com o que me resta de otimismo preciso continuar acreditando que domingos de sol de outono como esse possam se repetir com mensagens diretas que é dever de todos salvar o país e o mundo dos predadores.

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