BRASÍLIA, dimensão paralela

    
     Esvaziada de si mesma, de sua importância ou peso, a Brasília dos cartões postais é mesmo muito estranha quando vista assim deserta numa manhã de domingo da janela de um hotel do setor hoteleiro.Se nessa cidade tudo tem um "setor" deveria também ter o setor do estranhamento, do improvável, do quase etéreo. Brasília é também a cidade do paradoxo. O místico passa toda hora, sobrevoando o horizonte, ao mesmo tempo que o materialismo corroí as estruturas. É uma cidade espremida de gente por todos os lados, nos seus entornos e periferias, e que ao mesmo tempo nos desola com seus amplos espaços desertos. Aqui o forasteiro se sente meio que deslocado de seu próprio corpo. Numa dimensão paralela onde não se acha e de onde se enxerga. De novo o paradoxo. Fico aqui a imaginar de Juscelino Kubitscheck não teria sido inspirado por extraterrestres ao imaginar colocar uma capital aqui.Com que intuito ? talvez  apenas com a intenção de que aprendamos a conviver com nossos extremos.

Comentários

Edu Campos disse…
Hoje sabemos que foi apenas o início de uma marcha implacável contra o Cerrado. Mais nada.

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