ao sabor dos ocos acontecimentos...

        O texto a  seguir não tem a menor pretensão a não ser a de navegar pelas inconsistências e vacuidades encontradas na grande rede virtual num fim de manhã chuvosa de janeiro quando a preguiça de pegar no batente  aflora à mente . Assim sendo há várias telas abertas nessa que seria uma improvável máquina nos tempos que me iniciei na lida do jornalismo. Um tempo que não havia e-mail, celular, internet e todos os demais quejandos sem os quais as pessoas não sabem mais viver.
    Pois as telas estão cá abertas e fico a saber por uma colunista de moda acha linda três modelos  e que um rico paraibano festeja empreendimento imobiliário lamentando a ausência da filha Luíza que está no Canadá e virou celebridade instantânea. Um portal de notícias ensina a cuidar de orquídeas e há uma forte movimentação em torno da organização do 30 º congresso de odontologia em São Paulo.O editor de uma grande editora nos "brinda" com suas leituras de verão através do seu marketing virtual e todo mundo comenta sobre os 30 anos da morte de Elis e os 70 de nascida de Nara Leão enquanto o país continua desafinado.
     Crianças indígenas continuam morrendo de diarreia no Acre enquanto se lamenta a morte de uma jovem liderança tucana em Sp. Há um bar na Penha paulista servindo comida árabe e um idiota da televisão diz que outro idiota chamado Boninho deveria ser preso.Um jornalista óbvio diz que a China virou um país urbano e outro jornalista "modernoso"declara ter lido uma velha entrevista de Tom  Jobim.Um locutor esportivo limítrofe diz estar em Saquarema.
     Aí,pegando a rima na cidade litorânea carioca, eu pergunto :qual é o problema? todos os dias não somos soterrados por uma quantidade industrial de notícias inúteis ? Algo do que mencionei acima muda a sua vida ou a minha?  Não tá na hora da gente se desligar um pouco dessa ladainha ? 

Comentários

Caro Ricardo, cá estou eu no seu blog procurando algo que você escreveu em 2009 sobre a pixação: "O amor é importante,Porra!" Moro na cidade tríplice fronteira, Foz do Iguaçu, mas em 2009 em visita à Londrina, cidade em que cursei universidade, avistei esta mesma pixação, feita num lindo grafite. Neste local registrei uma fotografia, e depois disso uma amiga me mostrou um texto sobre a frase, e agora volto à procurá-la pois acho que ela tem tudo haver com a música do meu mais novo conhecido, Criollo. A música dele "Não existe amor em SP" tem a poesia dessa mensagem pixada que grita para a gente que passa na rua.
Quando você escreve sobre o que muda na vida da gente, informações que nos apedrejam, podem nos arranhar, mas tem algumas vozes que realmente ficam. Como estas.
Continuarei procurando o seu texto. Espero que sua sexta-feira seja boa, mas boa mesmo, de verdade! Mesmo com este céu não tão azul aí de São Paulo.
Um abraço,
Gláucia
Ricardo Soares disse…
Adorei seu recado Gláucia...dá um certo ânimo da gente seguir adiante... mandei o link do post que vc procura para o endereço do seu facebook , aqui linkado...feliz 2012...abraço

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