o desconhecido Roger Casement


Roger Casement com os índios de Putumayo
     Há livros e situações que nos deixam com vergonha de nossa própria ignorância. É o caso de "O Sonho do Celta" de Mario Vargas Llosa amplamente comentado nesse mundo virtual onde a grande desvantagem está em ser redundante quando o assunto é novidade. Cheguei tarde para falar disso e nem tenho pretensões em estar inserindo grandes novidades sobre o livro a não ser a minha já auto-propalada ignorância sobre o protagonista Roger Casement.
    Até me debruçar sobre o livro de Llosa nunca tinha ouvido falar de Casement, um idealista irlandês que a serviço do império britânico defendeu índios escravizados na Amazônia e negros massacrados no Congo Belga e posteriormente voltou-se contra o próprio império que serviu como diplomata ao passar a defender (com a energia incandescente que norteou sua vida) a independência da Irlanda pela qual morreu.
     Toda a saga de Casement se passa em fins do século 19 e começo do 20 e serve de certa forma como metáfora do triste mundo que estava por vir. Ele morreu por suas causas, foi apagado da história ( inclusive de seu país) até que a sempre presente habilidade de Llosa o resgatasse do limbo histórico . Quem não leu deve ler "O Sonho do Celta" não apenas para ampliar um pouco mais os horizontes mas para ter certeza, como eu, de que na era onde a informação está ao alcance de todos nós deixamos passar muita coisa que seria vital para  a compreensão do próprio mundo onde vivemos.  E perecemos pela ignorância.

Comentários

Anônimo disse…
Legal Ricardo, histórias assim são sempre uma inspiração, vou ler o livro! Abraço
Puxa!

Agradecida ! Vou em busca do livro.
Arilo disse…
Lerei. Aliás, neste exato momento, estou lendo As Benevolentes, outra indicação deste blog, e tem sido uma experiência fulminante.

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