O pacote ambiental de Geraldo Alckmin

foto : Guilherme Lara Campos

             Com sobriedade e circunstância o governador de São Paulo Geraldo Alckmin lançou hoje o que sua comunicação chama de “pacote ambiental” numa bem urdida estratégia que aproveitou o dia mundial do meio ambiente. Muitas falas, promessas e protocolos assinados resta saber se esta “festa” vai render mesmo ações efetivas de proteção e não apenas falatórios como os de hoje que, aliás, foram comedidos e bem colocados com exceção do "baba-ovismo de um tal deputado estadual chamado Beto Tripoli tão inexpressivo quanto o presidente da Assembléia Legislativa que ele representava o tal Barros Munhoz.

    Por motivos profissionais (uma transmissão experimental de tv via internet) eu assisti “in loco” toda a cerimônia e confesso que fiquei esperançoso com um certa brisa  quente em torno do assunto mesmo que venha ela eivada de um enorme interesse eleitoreiro. Fato é que nos parece que o "pacote ambiental" de Alckmin contempla ações interessantes nas áreas de resíduos sólidos, gestão ambiental, biodiversidade e até as  intenções que o governo paulista levará na Rio+20. A fala do atual secretário ambiental, Bruno Covas, pareceu ser assertiva e sem fanfarronice prometendo inclusive mão pesada do governo em relação aos criminosos que insistem com comercializar carvão vegetal.

    De certa forma toda essa ação de marketing verde tenta redimir um pouco a má imagem que os governos tucanos tem na área ambiental sobretudo depois da passagem pela pasta do nefasto ex-secretário Xico Graziano ( da gestão anterior) que sequer foi mencionado por Alckmin entre aqueles que ajudaram a consolidar uma política ambiental com um mínimo de consequência. Aquela que hoje protocolou a desapropriação de uma área contigua ao Jardim Botânico de São Paulo para que ele cresça. Aquela que criou a partir de hoje uma reserva de 35 mil hectares ( em parceria com a Votorantim) na região de Tapiraí e Juquiá.

  Num estado tão populoso e devastado pelo agronegócio e especulação imobiliária é de se louvar ainda a ação de prefeitos como o tucano Toninho Favaleça de Santa Fé do Sul o primeiro colocado como um municipio verde-azul por louváveis iniciativas na área ambiental.Algo na mão contrária ao que faz outro tucano, o prefeito de Cotia, Carlão Camargo, que na sua gestão detonou o municipio . Extinguiu o verde. Deu força total a especulação imobiliária, autorizou construções que derrubaram árvores e emperraram de vez a avenida São Camilo.
  Lugar comum ou não resta dar ao governador Alckmin o benefício da duvida esperando que tudo o que foi visto hoje não tenha sido apenas encenação. Eu pelo menos poucas vezes vi um pacote ambiental com tantos ingredientes. Resta saber se e e receita é  pra fazer um bolo verde pra valer ou se apenas um aperitivo  pra inglês ver.