O assassino de Tomasso Lotto é a falta de educação

   
    Tomasso Lotto um jovem italiano de 26 anos (foto) morreu um dia depois de chegar a São Paulo, Brasil, onde pretendia trabalhar e morar. Morreu num local "nobre", alvejado pela covardia e pela deseducação que é uma evidente culpa das inexistentes políticas publicas para os excluídos. A famosa "cruzada pela educação" defendida por notáveis educadores como Paulo Freire, Cristovam Buarque e Darcy Ribeiro jamais aconteceu entre nós o que inevitavelmente é um gerador de tragédias.
   Sei que pode parecer simplista mas concordo quando dizem que a falta de educação básica é a mãe de todas as mazelas... no Jardim Angela, extremo sul da capital paulista, há um índice recorde de gravidez na adolescência...são as crianças geradas sem eira e nem beira que daqui há alguns anos estarão fazendo arrastões e cometendo assassinatos nos cruzamentos nobres da cidade...a periferia espreme a cidade incluída por ter sido sempre excluída e não receber nada. Sequer educação.
    Para as atuais políticas higienistas vigentes os excluídos devem receber apenas porrada e bala de calibres diversos. E essas hediondas atitudes ainda recebem o aplauso de parte da população paulistana que vê nos excluídos inimigos a serem combatidos. Triste sina a nossa. O que nos resta é apenas contemplar o patético circo midiático que agora se fará em torno desse triste caso envolvendo o jovem Tomasso ? A julgar pela avalanche de emissoras de rádio e televisão que vi defronte ao consulado italiano na av. Paulista hoje de manhã - quando os pais do jovem morto chegaram da Itália - parece que sim. A mídia , também ela, continua contribuindo para a deseducação alimentando a todos com tragédias e não entrando na corrente da solução . Que só pode ser a educação em todos os sentidos.

Comentários

Jaime Guimarães disse…
Ricardo, o cenário da Educação no Brasil é o seguinte: o ministro da Fazenda considera que investir 10% do PIB no setor é "prejuízo"; o ministro da Educação despreza uma greve de 3 meses das universidades federais; governadores descumprem a Lei do Piso Nacional do Magistério e resta aos professores lutarem por seus direitos pressionando através de greves e representações na Justiça.

E ainda tem setores nas mídias que chamam os professores de "radicais". Radicalismo é recorrer a estas "políticas" de higienização social adotadas por governos e aplaudidas por muita gente e com o coro favorável por parte das mídias com seus "paladinos da ética e da justiça". ( onde foi que eu vi isso recentemente?)

abs
Ricardo Soares disse…
Jaime... concordo em tudo com vc... e para mim chamar os professores de "radicais" chega a ser um desrespeito... é só pedir pra a maior parte dos políticos entrar durante um dia numa sala de aula ...é lamentável o descaso com a educação no Brasil... quanto ao nosso ministreco omisso sua atuação é tão ridícula quanto seu bigode...abssss
Salathiel disse…
Acho que a educação é um dos fatores, mas não o principal. Penso, primeiramente, na impunidade!

Temos uma geração que procura obter todos os prazeres materiais sem dispender um mínimo de esforço.

O jeito mais fácil é botar a culpa no sistema(injusto, diga-se de passagem) e sair roubando e matando todos que passem pelo caminho.

É muito cômodo para alguns, pegar uma arma e roubar a tentar progredir por outras maneiras, mesmo que arduamente.

Vejo que a falta de educação muito reflete na crueldade empregada, cada vez mais destemperada, de forma desproporcional contra vítimas indefesas. São velhos espancados, mulheres violentadas, muitos a custa de um relógio de marca, ou dinheiro para os vícios... Ao meu ver, a falta de educação catalizou a perda de valores indispensáveis, como a vida humana.

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