Um naco de João Monlevade, Minas Gerais




      Patrícia vinha imersa dentro da bendita aura de um batizado. O calor a entorpeceu a ponto dela não lembrar se o bebê chorou ou não. Envolta nesse calor pegou o trem “Vitória-Minas” e, curiosa, percorreu vagão a vagão. Num deles, surpreendente, surreal, quase etéreo e completamente vazio, uma menininha lia atenta um  livro alheia  ao movimento interno e externo do trem que rodava .Havia cortinas coloridas no vagão e uma estranha bancada metálica sobre o qual a menininha não apoiava seu livro. Patrícia ,ciente de que invadia um espaço sagrado, perguntou àquela criança que livro ela lia. E como a realidade sempre é mais improvável que a fantasia a menininha serena respondeu: “Tô lendo o mágico de Oz”.  Patrícia então teve a certeza de que tudo que é sólido se desmancha no ar e desapareceu como por encanto para não quebrar o encantamento daquela cena.

Comentários

Unknown disse…
Bela escrita, e complemente depois com a maravilhosa foto da garotinha lendo!!Saudades tio amado!
Patrícia Gonçalves disse…
isso, Manu, cadê a foto da garotinha?

coloca aqui, meu amor!

<3 <3 <3

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