as sempre péssimas revistas de bordo
Recentemente abordei o assunto das inócuas, inodoras e fúteis revistas de bordo que as companhias aéreas nos contemplam em seus voos. Uma pior que a outra, nos vendendo a estética de ricos e famosos naquela ótica comum da jequice generalizada. Uma delas, inclusive, colocou faz pouco tempo o “gênio” Antonio Fagundes a vociferar estultices acerca dos benefícios da rede Globo para o Brasil.
Agora, meu amigo Gabriel Priolli colocou o dedo com mais acuidade no assunto, em recente artigo no portal da revista Imprensa. E, ao ler o texto, não resisto a tentação de revisitar o tema. Diz o Gabriel que “os passageiros transportados mensalmente por aviões, no Brasil, saltaram de dois milhões em 2001 para quase oito milhões em 2013, o que significa o ingresso de um enorme contingente de usuários no sistema. A despeito da cifra, o material de leitura oferecido nos aviões estacionou nos tempos da Panair e de lá não levanta voo”.
Temo que as companhias aéreas não saibam mesmo com quem estão falando ou subestimem ferozmente a inteligência de seus leitores. Não custa, com tanto dinheiro que gastam com essas revistas ruins, fazer uma pesquisa para saber quem são afinal os atuais e os potenciais leitores, pois, pelo número de passageiros que vejo folhearem essas publicações, é certo que elas não estejam agradando ao “leitorado”.
Esquecer, pois, de levar sua própria leitura para bordo, ainda mais em voos longos e desconfortáveis com essas cadeiras espremidas, é correr o risco de ficar refém das pensatas de Antonio Fagundes, dos valores de vida de atrizinhas globais e de colunistas mais rasos que cacimbas nordestinas em época de vidas secas. A receita de “luxo” que essas revistas vendem é um lixo e está desconectada inclusive dos interesses daqueles que ascenderam para as camadas mais altas das classes sociais. Como diz o Gabriel, elas estão somente “nas asas do consumo” e não nas verdadeiras asas do desejo. Duvido que nessas revistas os leitores encontrem o que querem de fato ler.
Agora, meu amigo Gabriel Priolli colocou o dedo com mais acuidade no assunto, em recente artigo no portal da revista Imprensa. E, ao ler o texto, não resisto a tentação de revisitar o tema. Diz o Gabriel que “os passageiros transportados mensalmente por aviões, no Brasil, saltaram de dois milhões em 2001 para quase oito milhões em 2013, o que significa o ingresso de um enorme contingente de usuários no sistema. A despeito da cifra, o material de leitura oferecido nos aviões estacionou nos tempos da Panair e de lá não levanta voo”.
Temo que as companhias aéreas não saibam mesmo com quem estão falando ou subestimem ferozmente a inteligência de seus leitores. Não custa, com tanto dinheiro que gastam com essas revistas ruins, fazer uma pesquisa para saber quem são afinal os atuais e os potenciais leitores, pois, pelo número de passageiros que vejo folhearem essas publicações, é certo que elas não estejam agradando ao “leitorado”.
Esquecer, pois, de levar sua própria leitura para bordo, ainda mais em voos longos e desconfortáveis com essas cadeiras espremidas, é correr o risco de ficar refém das pensatas de Antonio Fagundes, dos valores de vida de atrizinhas globais e de colunistas mais rasos que cacimbas nordestinas em época de vidas secas. A receita de “luxo” que essas revistas vendem é um lixo e está desconectada inclusive dos interesses daqueles que ascenderam para as camadas mais altas das classes sociais. Como diz o Gabriel, elas estão somente “nas asas do consumo” e não nas verdadeiras asas do desejo. Duvido que nessas revistas os leitores encontrem o que querem de fato ler.
* Ricardo Soares é diretor de TV, escritor , roteirista e jornalista. Titular do blog Todo Prosa (www.todoprosa.blogspot.com) e autor , entre outros, dos livros Cinevertigem, Valentão e Falta de Ar. Atualmente diretor de Conteúdo e programação da EBC- Empresa Brasil de Comunicação.
Publicado originalmente no portal DOM TOTAL Clique aqui.
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