Saia justa ou grossa ?


As "moças" do programa "Saia Justa" sempre sofreram de certa presunção de impunidade crítica desde que o programa veio à tona em sua primeira encadernação quando então parecia um produto original. Elevadas por parcela da mídia à condição de "cults" sempre pitacaram a torto e a direito sobre assuntos múltiplos com a leviandade que sempre lhes foi peculiar. Até aí tudo bem. Tudo é marketing, tudo é entretenimento, tudo é oba-oba pela lógica do sempre onipresente "deus mercado". Mas precisa ter graça o que elas foram perdendo aos poucos e definitivamente. Nunca prestei muita atenção ao programa por me causar mais bocejos do que sacolejos e ,convenhamos,tenho mais o que fazer do que saber o que pensa das coisas do mundo mulheres como Márcia Tiburi ou Luana Piovani para citar muitas das pensadoras que sentaram naquelas poltronas. Mas, vá lá, essa mulherada geralmente inócua ou futil devia e deve ter lá sua turma do gargarejo. Hoje nem sei quem mais faz parte desse aglomerado que parece achar que representa o "universo feminino". Sei apenas que a jornalista Bárbara Gancia toma parte da malta e ela, justamente por sempre ter sido politicamente incorreta, sempre mereceu os meus respeitos apesar das múltiplas discordâncias que tenho com aquilo que ela pensa. Pois leio numa coluna de mexericos internética que dia desses as "moças" do "Saia Justa" discutiram sobre o funk carioca e paulistano de ostentação. A apresentadora e suas partners , em defesa dos funkeiros, teriam afirmado categoricamente que“não existe alta cultura e baixa cultura, que o funk é perseguido, que a crítica aos funkeiros tem viés elitista" etc. Muito bem : esse tipo de raciocínio,inclusive dos segundos cadernos moribundos,dá a entender que o lixo é cult e que não existe alta e baixa cultura. Sim, existe sim minhas senhoras, e nivelar tudo ao rés do chão só revela a ignorância de vossas senhorias que pretendem que nós passemos por pedantes ao afirmar que há diferenças entre Beethoven e Belo, entre Gauguin e Roberto Camasmie, entre Gárcia Marquez e Rubem Alves. Vocês se incorporam às sempre povoadas barcaças de "discolados" que defendem o que não tem defesa. Ruindade é ruindade mesmo minhas senhoras. Sob esse critério é que se pauta certo raciocínio crítico que as considera péssimas no seu "Saia Justa". Mas as senhoras tem todo o direito de continuar achando que promovem "saias justas" quando na verdade estão mais para "saias grossas".

Comentários

Sónia M. disse…
Apesar de desconhecer as senhoras aqui em causa, não posso deixar de dizer, que gostei de ler este texto.

Abraço
Vim ler com a ideia de - vamos ver o que ele pensa, nem vou poder avaliar, já que não conheço o programa só ouvi falar raramente e então encontro, como sempre, algo muito maior. Pois é, que historia é essa de nivelar isso, ou será que sou mesmo...sei lá, preconceituosa, arrogante a ponto de achar que certas manifestações são superiores as outras. Do fundo do meu coração, concordo com você.

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