NEM FELIPÃO NEM GILMARZÃO VÃO ME FAZER DESGOSTAR DA SELEÇÃO

Sai Felipão e entra Gilmarzão de pífia passagem pelo futebol brazuca. Mais do mesmo enquanto Marin e corja seguirem "imexíveis". Mas para falar do tema vou roubar de você cineasta Ugo Giorgetti : “o futebol foi o que sobrou da minha infância”. É simples assim. Por isso, o acalento num canto dos mais aconchegantes do meu coração e não farei com que essa esparrela do obtuso Felipão me faça perder as lindas lembranças que me trazem o futebol e suas nuances. O futebol foi o que sobrou da minha infância. Meus pais já se foram, as casas que morei foram demolidas, inclusive, da minha memória, meus amigos mais antigos ficaram no caminho. Passaram. Ficaram minhas queridas irmãs, poucos e valorosos primos, uma prima , minha tia com 70 e outra octogenária. Quero recuperar meu espaço perdido junto deles porque por mais que eu tenha boas lembranças dessa convivência familiar, as que enchem as redes são aquelas em torno do futebol. Ao menos são as lembranças mais barulhentas. Não sumirá do meu consciente, muito menos do inconsciente, os rojões que soltaram na rua Pedro de Toledo na Vila Paulicéia, São Bernardo do Campo , quando da conquista da Copa de 70. Nem aquela garrafa térmica vermelha que atravessou voando a sala e foi se espatifar junto à televisão na efusão paterna da comemoração de um gol. E não sumirá da minha história a escalação daquele time divino que tinha Pelé, Tostão, Rivelino, Everaldo, Jairzinho, Gerson e o refrão dos “90 milhões em ação” fanfarronados pela ditadura militar que eu sequer imaginava que existia. O futebol foi o que sobrou da minha infância junto com a recordação de comer feijão frio com azeite e farinha de mandioca, de beber “Ginger Ale” gelado e comer geléia de mocotó Colombo num copinho de vidro. O futebol bonito, versátil, bem jogado e suado sem merchandisings nas camisas vai continuar reverberando junto aos meus remotos times de botão onde Ademir da Guia e César Maluco num Palmeiras ancestral, enfrentava o São Paulo, de Dias, Terto, Toninho Guerreiro e Pedro Rocha.Indo para as Minas Gerais irei para sempre lembrar do Cruzeiro de Tostão e de Dirceu Lopes e do Atlético de Dada Maravilha . Vou lembrar dos clássicos gaúchos com Valdomiro e Claudiomiro e do menino que fui sonhando jogar ou ver jogos no Maracanã. O destino não me fez craque de nada mas me fez amar pra sempre o futebol arte, bem jogado e trilhado por aqui. Um futebol saudoso das artes e manhas de um Telê Santana e não do burocratismo frio e militar de um sargentão como o Felipão. E é para ele o meu recado final : sua ordem unida milica não faz efeito e não o fará na minha devoção ao bom futebol. Você passará e o bom futebol ficará. Não vou deixar de gostar do esporte por sua causa sargento. Nunca bati e não lhe bato continência. Prefiro observar o doce improviso dos boleiros do Leme pois aí sobrevive a alma nativa que é derivada da alegria do bom futebol. Viva a Copa de 70 o futebol que sobrou da minha infância.

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