Deseducação e sinal dos tempos


          Cenas rápidas .

1. Bem ao lado da estação Butantã do metrô de Sp aguardo meu filho defronte ao estacionamento de uma espécie de madeireira. É domingo e o estacionamento está desocupado. Numa das vagas está parado um Fiesta de um sujeito que tem o porta-malas carregado de garrafas de água e doces em geral. Ele distribui a mercadoria entre os ambulantes do pedaço . Chinelos de dedo, correntão no pescoço, óculos escuros maior que o rosto, bermuda baixa exibindo o "cofrinho". Entra e sai do carro e entra na contramão na rua onde estamos pouco se importando em quem vem no sentido contrário. Vai levar mercadoria a ambulantes que estão nas proximidades.Enquanto isso os ambulantes que lhe guardam a vaga no estacionamento se desfazem das embalagens das guloseimas e das águas ali mesmo, formando uma enorme montanha de lixo com lixeiras bem próximas. Um dos ambulantes pega uma garrafa de refrigerante pet de dois livros e a atira no chão para tentar descongelar seu conteúdo. Consegue seu intento mas deixa a lambança toda no chão. Em questão de minutos vejo tantos atos de deseducação , tanto desrespeito ao espaço público que meu desânimo se soma ao calor que sinto e simplesmente penso : estamos um degrau civilizatório tão baixo que chega a dar desalento. Quiçá esses sujeitos sequer saibam que são deseducados. Colocar a culpa em quem ? neles mesmos, em nós, nos desgovernos ? Isso só me irrita ainda mais quando vejo a horda de gente pseudo-chic e bem refrigerada que acha que vivemos no primeiro mundo e se aborrece quando os gringos fazem listas sobre nossa deseducação. Ah sim muitos desses adoram jogar latinhas de cervejas pelas janelas dos seus Mercedes.

2. O Facebook me leva a sugerir como "amiga" uma mocinha de não mais de 16 anos que só tem em comum comigo o fato de morarmos no município de Carapicuíba, aqui na Grande São Paulo. A mocinha "sensualiza" nas fotos e coloca como "mérito" no seu perfil pessoal uma reportagem sobre um crime horrível que aconteceu perto de sua casa veiculado nos telejornais sangrentos da tv Record. Ou seja aquele crime colocou a vila da mocinha no mapa do mundo. Nada mais a declarar quando o que notabiliza um feio bairro periférico são os crimes que acontecem no entorno,saem na mídia  e isso é considerado normal por uma mocinha que quer apenas ser mais uma "modelo e manequim" dessas que regurgitam estultices nos degradantes BBbs da vida.

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