O "PANELAÇO" DE MADAME OPULENTA

          
    Esse negocinho de bater panelas contra o governo de Dilma Roussef "já deu no saco" como diz um ogro amigo meu. Já deu tanto pra quem bate panelas como para quem não bate. Para os primeiros pergunto : vocês curtem ouvir o barulhinho das panelinhas batendo esparsamente em alguns recantos elegantes para demonstrar que estão a desafinar o coro dos contentes com o(s) governo(s) petista(s) ? Por que vocês insistem em dizer que um barulhinho como o de ontem é um barulhão ? Por que confundem o descontentamento legítimo contra um governo cheio de erros com sanha golpista para empossar um inepto netinho de vovô ?  Quanto aos segundos, os que não batem panelas, também já deu essa histeria da resposta pronta, da defesa pela defesa de um projeto que está cheio de buracos no casco causados sobretudo pela corrupção e inépcia em alguns setores. Aos dois lados pergunto simplesmente : será que é tão difícil assim juntar as poucas forças que convergem para o mesmo lado e aí sim fazer muito mais que um panelacinho, convocar uma manifestação gigante , de gente grande, contra o Cunha , o Renan e toda essa corja do Congresso Nacional que vem destruindo com ganância e desfaçatez conquistas há muito almejada, conquistas sofridas ? a sanha predatória desses abutres está nos levando cada vez mais para trás enquanto  a gente discute panelinhas contra a Dilma. Mas quero ilustrar aqui o meu argumento com uma história ouvida hoje pela manhã que dá bem o perfil de algumas pessoas que batem panela com veemência contra a Dilma.
       Fui a um depósito de material de construção na porta do condomínio Fazendinha aqui na Granja Viana , um complexo de condomínios que fica entre Cotia , Carapicuíba e Jandira , na Grande São Paulo. Quando estava manobrando o carro para estacionar de ré vi que uma senhora opulenta , bem vestida, dirigindo uma enorme SUV preta reluzente, tentava , na cara dura, forçar passagem para estacionar na vaga que eu achara primeiro. Opulenta desistiu e foi parar em outra vaga. Na hora que fui pagar a conta Opulenta dialogava com o dono do depósito que ,horrorizado, explicava porque não fornecia mais manteiga para o pãozinho dos seus funcionários. Diz o sinhôzinho, com total concordância de Opulenta :
      --- Parecem que eles nunca viram manteiga! acabam com tudo de uma vez. Agora é só pãozinho mesmo. Seco! pãozinho seco e olhe lá!
     Opulenta concorda com a cabeça e acrescenta :
     --- É impressionante como essa gente se comporta. Nunca está satisfeita.
     O diálogo derivou para mais dois ou três argumentos desse nível enquanto eu pagava minha conta sem que sinhôzinho olhasse pra mim , entretido na conversa com Opulenta que parecia ser amiga dele . E quando eu já ia sair ainda ouvi que Opulenta, em gesto quase solitário dado o silêncio da Fazendinha ontem, bateu suas panelinhas contra a Dilma. Não é preciso dizer mais nada, não é verdade ?  

Comentários

Anônimo disse…
Ricardo. De vez em quando eu ia com minha familia ai perto no Tal da Pizza, mas a partir do momento que comecei a observar o tipo de gente que lá frequenta, como a Opulenta, cancelei o programa.
Ricardo Soares disse…
Pois eu que já sabia da "fama" dos frequentadores do "Tal da Pizza" nunca coloquei os meus pés lá...rs

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