Repórteres tratados a pontapés

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     Com todo respeito aos contemporâneos mas hoje em dia eu não teria a menor condição de exercer a profissão de repórter que , aliás, exerci durante tantos anos de minha juventude sobretudo. Me impressiona o grau de subserviência, submissão e até omissão de muitos repórteres que tratam de maneira reverente demais uma malta de arrogantes autoridades em todos os segmentos . Acabei de ouvir a coletiva das "otoridades" que estão cuidando do caso de estupro coletivo lá no Rio e chega a dar engulhos as respostas que eles dão eivadas de prepotência, desprezo e deseducação para com o "reportariado".  Como se fossem semideuses que estivessem nos concedendo o supremo favor de responder às nossas perguntas representadas, enfim, por repórteres tão submissos, cordeiros e cordatos. Estenda-se isso a qualquer entrevista com autoridades de qualquer nível ( federal, estadual e municipal) e vejam que estamos diante de uma tremenda distorção. Essa gente no geral trata mal aqueles que nos representam. Se os jornalistas de campo se tornaram omissos , cordatos e medrosos há de ter sido também, evidente, por conta da doutrinação patronal que sempre os veste de terninho e gravata  e as moças de tailleur  e os fazem aprender a não ultrapassar "certos limites". 
   Evidente que eu não defendo  deseducação e dedos nos olhos ou mesmo grossa ironia com entrevistados. Mas há que se ter um pouco mais de contundência, um pouco mais de brio senhores e senhoras repórteres. Vocês não podem se equiparar a tosca caricatura que as novelas da Globo aplicam aos profissionais do ramo sempre retratados como  baratas tontas que correm atrás dos personagens com um microfone suspenso no ar sem nunca saber o que perguntar. Se a profissão está morta como a conhecíamos me recuso a crer que se transformou nessa lamentável caricatura de cordeiros molhados que não se rebelam contra os maus tratos a que são submetidos por muitos entrevistados. Enfim, perdi mesmo a vocação para questionar .  Pois isso deve ser feito com respeito e contundência. Nunca com bajulação e submissão ou reverência extrema como parece agora ser a regra.

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